População em situação de rua é testada para covid-19 em Maricá

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A Secretaria Municipal de Saúde fez na última sexta-feira (10), a partir das 9h, a testagem para covid-19 na população em situação de rua da cidade. A ação aconteceu na Praça da Bandeira, no Centro. A testagem – no modelo rápido – continuará sendo feita de forma itinerante em pontos que costumam concentrar esse público-alvo. A primeira fase contou com 50 testes, feitos pela equipe do Consultório na Rua (Cnar). Segundo o cadastro do Cnar, Maricá tem, atualmente, 95 usuários em situação de rua.

“É importante realizar a testagem nessa população, pois estão o tempo todo em contato com outras pessoas, ou seja, com alto nível de contaminação”, explica a secretária de Saúde Simone Costa, ressaltando se tratar de um tipo de público que se desloca constantemente e que vem sendo atraído para a cidade pelo fato de Maricá contar com um aparato de Saúde mais organizado. Até o início da tarde desta sexta-feira, dia 10, 24 pessoas foram testadas. Todas acusaram negativo para covid-19.

“Caso tenhamos positivados para covid-19, vamos dividir em duas etapas. Se possuir sintoma grave será feita uma articulação para que esse paciente fique em internação e mantenha o cuidado integral; se tiver sintoma leve ou se for assintomático ficará em isolamento em um quarto específico em um abrigo. Serão feitos os testes de todos os usuários que estiverem na rua e que quiserem fazer”, esclarece a enfermeira do Cnar, Juliana Marins.

Um dos testados foi Severino Ramos, de 57 anos, conhecido como Painho, que veio de Areias, na Paraíba, e está em Maricá há 1 ano e 7 meses. Aprendeu o artesanato com a mãe, que fazia crochê e bordado, e essa é sua fonte de renda – abalada pela pandemia do novo corona vírus. Entre os produtos que vende estão brinco, colar, avião, jato, helicóptero – tudo feito com material reaproveitado, como plástico, latinha, madeira, papel, etc.

Severino sobrevivia vendendo suas peças no Centro, em uma feira que a pandemia está mantendo suspensa na Praça Orlando de Barros Pimentel, que está em obras. Vive no abrigo criado pelo município e ainda ajuda financeiramente um dos filhos, que tem problemas renais e faz hemodiálise três vezes por semana.

“Na Paraíba eu tinha muita concorrência na venda do meu artesanato, por isso resolvi sair de lá em busca de novas oportunidades. Estou lidando bem com a situação que estamos passando, ainda mais porque encontrei um lugar em Maricá. Eu eu meus amigos somos bem tratados aqui. E tenho fé em Deus que não vai acontecer nada comigo e meus amigos moradores de rua. Consegui o auxílio do governo e está me ajudando a passar por essa crise, sem contar o abrigo da prefeitura que me ajuda dando um lugar para ficar. Vendo meu artesanato à noite e nesses tempos as ruas estão vazias, mas estou confiante de que as coisas vão melhorar”, diz Severino.

De acordo com o Cnar, o perfil da PSR, em sua maioria, é composta por homens, com idade produtiva (30 a 45 anos); o nível de escolaridade é variado, desempregados há bastante tempo, e um percentual significativo é oriundo de outras cidades.

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