Mãe de sequestrador do ônibus na Ponte Rio-Niterói ficou em estado de choque e foi consolada por pai de refém

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Ainda na tarde desta terça-feira (20), a mãe do sequestrador do ônibus 2520 da Galo Branco, Renata Paula da Silva, ficou em estado de choque ao comparecer à Delegacia de Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) para depor. Inicialmente, ela havia procurado o 7º BPM de São Gonçalo para se apresentar e pedir desculpas. Seu filho, Willian Augusto da Silva, de 20 anos, morava no Jardim Catarina, também em São Gonçalo.

A major Fabiana, secretária de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência, disse que a mãe do sequestrador confirmou que ele sofria de depressão e que também dizia constantemente que queria morrer. “A família disse que ele queria morrer, mas que queria ser morto por terceiros. Eles não tinham ideia de que a depressão o levaria a isso”, afirmou.

Renata chegou a passar mal ao deixar a delegacia, muito abalada. Foi o momento em que foi consolada pelo pai de uma das reféns, a jovem Raiane, de 23 anos, que conversou com ela e lhe ofereceu uma garrafa de água. Em entrevista, o homem, Paulo César Leal, de 54 anos, afirmou tentar ver ‘todos os lados’ e disse ‘não ter poder de julgar’. “Falei para ela ter calma e confiar. O que você fala para uma família que perdeu um filho? Tentei confortar. Tentei ajudar. A minha intenção foi tentar ajudar porque a dor é sentida pelos dois lados. E ali, naquele momento, ela estava precisando de apoio. Fui falar alguma coisa. Ela sofreu um desmaio. Não adianta ver só o meu lado, a minha família. Somos todos humanos”, disse.

“Meu primo era um ótimo filho. Ele desencadeou um quadro depressivo. Tinha que pagar pelo que fez hoje, e, graças a Deus, quem está chorando é só a minha família. Digo isso porque outras 39 poderiam estar chorando. Foi ele quem quis pagar com a própria vida pelo que fez. Eu procurei todas as famílias de passageiros para pedir desculpas. Pedir desculpas é o que minha família pode fazer agora”, afirmou o familiar Alexandre Silva, primo de Willian.

Como Segundo a Secretaria de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência, o Governo do Estado vai arcar com toda a assistência necessária para as vítimas, suas famílias, e os familiares do sequestrador, arcando também com os custos de seu enterro, já que a família não possui dinheiro suficiente para o sepultamento.

Segundo a família do sequestrador, apesar de viver em um bairro com altas taxas de criminalidade, dominado pelo tráfico de drogas, o rapaz nunca havia se envolvido com criminosos da localidade. Ainda de acordo com familiares, ele tinha depressão e nunca havia se tratado. “Ele acordava cedo para ajudar o pai, que era padeiro, mas ficava muitas horas na internet. Creio que tudo que arquitetou, ele aprendeu na internet”, revelou um familiar.

Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo

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