Minutos antes de ser atingido no peito por uma bala perdida na Tijuca, Zona Norte do Rio, o estudante Gabriel Pereira Alves, de 18 anos, mandou uma mensagem para o irmão mais velho. Queria vê-lo no fim do dia para cortar o cabelo. “‘Irmão, estou fazendo um curso, chego umas 17h30. Tem como você marcar minha vez?’”, citou Thiago Pereira da Silva.
“Quando cheguei lá no hospital, olhei para a Emergência, vejo todo mundo chorando”, lembrou. O corpo do estudante foi enterrado neste domingo (11) no Caju. Pai de Gabriel, Fabrício Alves não crê que o crime seja solucionado.
“Ele foi só mais um na estatística. Se eu for puxar pela estatística, pelos acontecimentos anteriores, eu não espero nada”, afirmou. A Delegacia de Homicídios da capital investiga o caso.
Como foi o crime
Gabriel ia para a escola na última sexta-feira (9) e aguardava a condução na Rua Conde de Bonfim, uma das mais movimentadas do bairro, quando começou um tiroteio. Baleado no peito, ainda foi levado para um hospital particular ali perto, mas não resistiu.
O jovem morreu no dia do aniversário do pai. “O que vai dar força são meus amigos. Eu troquei o Dia dos Pais pelo Dia dos Amigos”, lamentou, enquanto amparava o caçula, que mal conseguia falar.
Moradores disseram que houve um confronto entre traficantes e policiais. A PM negou e informou que a Unidade de Polícia Pacificadora chegou a ser atacada por bandidos, mas que os policiais não teriam revidado.
Fonte: G1/Rio de Janeiro