“Sexta-feira à noite, essas festas de pré-carnaval, a Praça Ramos estava muito cheia e eu estava com o telefone no bolso. Na hora que eu vou dar o último tchau, uma pessoa coloca a mão no meu bolso e leva o celular.
Chegando em casa, já avisei a Claro para bloquear o chip e o IMEI. E nisso achei que estava tudo tranquilo. No outro dia, eu tô tomando café antes de ir para a polícia e decido olhar minhas contas. Qual é a minha surpresa?
Vejo que roubaram todo o meu dinheiro e pegaram empréstimo de mais de R$ 8 mil no meu nome.”
Desde que o Guilherme Valle passou por isso em 2019, os roubos de celulares e a “rapa” nas contas só aumentaram. Por isso, antes deste Carnaval, o g1 criou um guia de como proteger o celular e os apps de instituições financeiras, com dicas do Walter Faria (diretor-adjunto da Febraban) e do Marcelo Scarpa, diretor-executivo do Banco Digio.
Veja a lista de instruções abaixo:
O que fazer antes de sair para o Carnaval
- Nunca armazenar senhas pessoais no cofre de senhas dos celular, no google ou anotar em blocos de notas;
- Reduzir os limites de PIX, cartão de crédito, cheque especial e outras transferências antes de ir para a rua;
- Utilizar biometria facial e digital para controlar o acesso ao aparelho e aos apps importantes;
- Colocar duplo fator de autenticação;
- Anotar o número de identificação individual do aparelho;
- Não deixar o e-mail utilizado para recuperação de senhas salvo no celular;
- Desativar o pagamento por aproximação do celular.
O que fazer caso seja roubado
- O primeiro ponto é ligar para o banco e comunicar o roubo imediatamente, já pedindo o bloqueio de todos os cartões;
- Lembrar de anotar os protocolos de atendimento;
- Na sequência, é importante registrar um boletim de ocorrência;
- Pedir contestação das compras ou transferências indevidas feitas após o roubo. Se não conseguir diretamente com o banco, é aconselhável acionar o Procon.
As políticas de ressarcimento são diferentes em cada instituição bancária. Os especialistas explicam que os bancos costumam analisar o perfil do cliente e as transações reportadas para tomarem uma decisão.
“O banco faz análise do perfil do cliente. No momento em que tem uma transação fora do perfil, ele costuma avisar ao cliente sobre essa movimentação. Também é verificado se utilizaram senha ou biometria para acessar o aplicativo”, explica Faria.
Para fazer essa análise, Scarpa diz que as instituições costumam levar em conta o histórico de gastos e compras do cliente e se o valor transferido é compatível com a renda. Contas com muitas transações suspeitas podem ser suspensas e reportadas para o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), do governo federal.