Alerj homenageia 10 mulheres com Diploma Leolinda Daltro e três atrizes recebem Prêmio Dandara

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A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) homenageou nesta segunda-feira (27/03), em sessão solene, 10 mulheres que protagonizam a luta pelos direitos femininos com o Diploma Mulher Cidadã Leolinda Daltro. Já as atrizes Léa Garcia, Jéssica Ellen e Dandara Mariana foram agraciadas com o Prêmio Dandara, destinado a personalidades que contribuem para a valorização da mulher negra afrodescendente, latino-americana e caribenha no estado. A cerimônia, promovida pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, foi realizada no plenário do histórico Palácio Tiradentes.

A presidente do colegiado, deputada Renata Souza (PSol), destacou a importância da premiação. “O Diploma Leolinda Daltro, que está na sua 20ª edição, faz justiça àquelas mulheres que se comprometem com a vida de outras mulheres. São dez mulheres, que em diferentes campos, constroem oportunidades para que outras tenham acesso à saúde, à educação e demais direitos básicos. É fundamental que a Alerj, juntamente com a Comissão, faça esse trabalho de reconhecimento e justiça”, disse a parlamentar.

Delegada de polícia há mais de 20 anos, Gabriela Von Beauvais, uma das homenageadas, falou do seu trabalho como diretora do Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM), coordenando as 14 Delegacias de Mulheres do Estado do Rio de Janeiro. ”O nosso objetivo é deixar essas mulheres cada vez mais seguras, para que em qualquer lugar que elas queiram estar tenham sua defesa assegurada. É preciso que as portas das delegacias estejam não só abertas, mas que contem com profissionais qualificados. Receber um prêmio é uma responsabilidade muito grande e eu só posso dizer que estarei cada vez mais empenhada na defesa das mulheres”, comentou.

A fundadora do Museu do Samba, Nilcemar Nogueira, também teve o seu trabalho reconhecido com o prêmio. Ela é uma referência no trabalho social que desenvolve no museu, localizado na favela da Mangueira. “O Museu do Samba é um quilombo urbano, onde eu atuo na capacitação de mulheres, crianças e jovens ingressando na universidade que têm orgulho de pertencimento, afinal, somos herdeiros e guardiões da memória e da identidade cultural não só do Rio, mas do nosso país”, salientou.

A cerimônia contou com a apresentação cultural da cantora Marina Iris e do Movimento das Mulheres Sambistas do Rio de Janeiro, além do grupo Forró Mulher. Esse diploma foi criado na Alerj, em 2003, e desde então já condecorou diversas mulheres, após criterioso processo de seleção e votação. Leolinda de Figueiredo Daltro foi educadora, ativista e fundadora do Partido Republicano Feminino, desempenhando um importante papel como precursora do feminismo, e foi graças à sua luta que as mulheres conseguiram direito ao voto.

Homenageadas com o prêmio Leolinda Daltro: Gabriela Von Beauvais, Celecina Rodrigues, Cládice Diniz, Fernanda Sixel, Claudenise da Silva, Luciana Marina, Mara Ribeiro, Maria Lúcia, Nilcemar Nogueira e Shirley Delgado.

Prêmio Dandara

Durante a solenidade, o Prêmio Dandara foi entregue às atrizes Léa Garcia, Jessica Ellen e Dandara Mariana. As premiações foram propostas pela deputada Renata Souza por meio de projetos de resolução aprovados em plenário. A parlamentar falou sobre o papel de vanguarda destas atrizes no meio artístico.

“Homenagear essas três atrizes negras é também referenciar a vida de Léa Garcia, que faz 90 anos. Ela abriu espaço para outras mulheres negras também serem reconhecidas nas telas, na publicidade e no teatro. Com sua construção e vivência, a Léa abre espaço para mulheres da nova juventude, como a Jéssica Ellen e a Dandara Mariana, que também têm um trabalho muito bonito na dramaturgia”, justificou a deputada.

Bastante emocionada, a atriz Dandara Mariana disse que essa é uma premiação de muito significado. “Ver um monte de mulheres potentes e importantes para a construção social e cultural juntas é muito importante. Hoje é um daqueles dias que a gente volta para casa e diz que tudo está valendo a pena. Esse prêmio tem um significado muito grande para mim porque também carrega o meu nome”, comentou.

“Esse prêmio é de grande importância para todas nós, mulheres negras, e para todas as mulheres. Ele retrata a luta que empreendemos na história brasileira. Eu me sinto muito honrada por estar aqui recebendo esse prêmio e é preciso dizer o quanto é importante para nós continuarmos nesta luta para a conquista de uma sociedade mais justa e igualitária”, disse Léa Garcia.

Para Jéssica Ellen ser reconhecida pelo seu trabalho e sua arte é motivo de orgulho. “A arte salvou a minha vida. Historicamente, a população negra vem sendo apagada, mesmo quando somos agentes ativos de inúmeros fatos históricos. Por isso, eu quero agradecer a todas as mulheres que fizeram e fazem parte da história deste país”, pontuou a atriz.

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