Notificações de casos de dengue. Várias regiões do Brasil vivem dias difíceis com o aumento dos casos de dengue. Tal cenário fez com que o governo do estado do Rio de Janeiro decretasse oficialmente a epidemia da doença no último dia 22, principalmente por causa da situação nas regiões Metropolitana, Serrana e Centro-Sul do estado. Em Rio Bonito, de janeiro até o dia 22 de fevereiro, a cidade registrou 245 casos suspeitos de dengue e 15 casos confirmados como positivos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Para que os números não aumentem, a Prefeitura informou que está tomando algumas providências, como a utilização do fumacê e a avaliação de pacientes nos postos de saúde. As duas medidas são apenas nos bairros com mais casos da doença.
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Segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde, até o dia 28 de fevereiro, foram registrados em todo o estado, 71.539 casos. Esse número assusta os especialistas, já que em todo o ano de 2023, foram registrados 51.479 casos de dengue.
Em Rio Bonito, segundo o setor de Vigilância Sanitária municipal, 10 bairros da cidade concentram o maior número de notificações suspeitas, Praça Cruzeiro, Centro, Green Valley, BNH, Parque Andreia, Boqueirão, Mangueira, Parque das Acácias, Nova Cidade e Rio do Ouro. Mas as três localidades com maior índice são, por ordem: Centro, Praça Cruzeiro e Nova Cidade.
A coordenadora de Vigilância Sanitária de Rio Bonito, Michele Mendes, explica como são feitas as notificações dos casos suspeitos e de que forma o município age a partir desse quadro.
“Todo paciente que tem sintomas que procura o hospital (Hospital Regional Darcy Vargas), a UPA ou uma unidade de saúde da cidade, ele vai ser notificado e vai ser solicitado o exame. Existe o teste rápido que dá para ver se o paciente tem (a dengue) com três dias de sintomas e, as vezes, a gente faz a sorologia para ver que tipo de dengue o município está enfrentando, pois existem vários sorotipos. Após isso, o paciente é notificado e mesmo que o exame dele dê negativo, nós vamos até o bairro e a casa desse paciente para fazer a ação de bloqueio”, explicou a coordenadora.
Na tentativa de conseguir frear o avanço da doença na cidade, Michele informou que a Vigilância Sanitária e a Estratégia Saúde da Família (ESF) estão trabalhando juntos para que nos postos de saúde desses bairros com maior incidência de casos, o médico possa solicitar os exames para a detecção mais rápida da doença em pacientes residentes no local.
Dificuldades no combate
Não só a detecção da doença é importante, mas também a prevenção dos focos do mosquito transmissor. Em dezembro do ano passado, para reforçar o time de agentes de endemias no combate à dengue, a Prefeitura convocou cerca de 40% a mais de pessoas que passaram no último concurso para o cargo, que ainda estava vigente. Mas segundo o coordenador do Programa de Combate à Dengue de Rio Bonito, Eder Cordeiro, esses agentes estão encontrando algumas dificuldades para realizarem seu serviço.
“A maior dificuldade é conseguir entrar nos imóveis que estão fechados, com placa de aluga-se, sem moradores ou os que estão com placa de vende-se, por exemplo. Muitos desses imóveis têm piscina, vasilhame que contém água e a gente não tem acesso a essas casas. A nossa dificuldade é muito grande, pois temos que entrar em contato com a imobiliária que administra aquela locação ou até com o proprietário, e até conseguir, demora e acaba colocando em risco os vizinhos”, revela.
Mas as dificuldades não param por aí, de acordo com ele, existem ainda as pessoas que estão em casa na hora que os agentes chegam, mas se recusam a abrir seus imóveis. “Muitos deles nem acreditam que exista a dengue”, conta Eder.
Esse não é o caso da dona de casa Gicelda Vieira, que mora no Centro da cidade, região que concentra o maior número de notificações na cidade. Ela diz que sempre permite a entrada dos técnicos porque entende a importância do trabalho que realizam. “Sempre abro as portas da minha casa para os agentes. É uma limpeza que fazem no quintal para quem tem água acumulada ou planta dentro da água. Tudo isso é muito importante. Eu já tive dengue e chikungunya e por isso sempre recebo eles”.
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Por Lívia Louzada