Após sair da prisão, médico equatoriano volta a clinicar no Rio

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Reviravolta no caso do médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva. Após a audiência de instrução e julgamento, o Ministério Público pediu em suas alegações finais a retirada da acusação de homicídio tentado contra a dona de casa Daiana Chaves, de 37 anos, após uma cirurgia plástica malsucedida.

O MP entendeu, a partir de depoimentos de médicos, que Daiana não corria risco de vida e que tinha consciência dos procedimentos a que se submetia e recebeu assistência para promover sua vida, o que afastaria a caracterização de homicídio tentado.

“Não restou comprovada a aceitação dos réus a probabilidade do resultado morte da vítima, já que, mesmo debilitada, estava em tratamento médico em unidade hospitalar equipada, acompanhada por familiares, orientada, com alimentação livre, recebendo curativos e assistência profissional, e tendo ela própria capacidade de decidir realizar com o mesmo médico outra cirurgia – esta ainda mais complexa e de maior dimensão. O fato das medidas adotadas pelo médico não terem sido eficientes, em si, não demonstra que ele tenha assumido o risco de produzir o resultado morte”, diz trecho do documento do MP.

Após descartar a principal acusação contra o médico equatroriano e sua assistente, Kellen Cristina de Queiroz dos Santos, o Ministério Público pede que o juiz do caso tipifique o crime de Bolívar Guerrero, e que ele não seja doloso contra a vida.

“Assim, não há que se falar em homicídio tentado e sim outro crime que não doloso contra vida”, diz em outro trecho.
Trecho do documento do MP, em que pede a manifestação do juiz sobre o caso — Foto: Reprodução
Trecho do documento do MP, em que pede a manifestação do juiz sobre o caso — Foto: Reprodução

Defesa vai pedir absolvição
Após a manifestação do Ministério Público, a defesa do médico deve se manifestar para que então o juiz do caso possa decidir sobre a presença de um crime que deve ser julgado ou não.

“O próprio Minitério Público reconheceu que a Daiana não correu risco de vida. Essa conclusão foi obtida a partir do depoimento de diversos médicos, inclusive o dela, uma série de contradições da paciente, que escondeu que fumava, que era pré-diabética e hipertensa, que são condições que alteram e dificultam o processo de cicatrização. Diante disso tudo, vamos pedir a absolvição do Bolívar nesse caso”, disse Alexandre Costa, um dos advogados do médico equatoriano.

Médico volta a clinicar no Rio

Bolívar Guerrero voltou a clinicar nesta terça-feira (28) no Hospital Santa Branca, de sua propriedade, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

A informação foi divulgada em uma rede social, e chamava pacientes que quisessem se consultar ou ainda cancelar um plano e receber seu dinheiro de volta.

A informação também foi confirmada pelo advogado do médico, que explicou ainda que ele está apenas clinicando, e não operando, mas por decisão própria.

“Ele não tem nenhuma medida cautelar da Justiça que o impeça de atuar. Tem um processo no Conselho Regional de Medicina, que está em andamento. Enquanto isso, o registro dele segue regular e ele pode atuar. Mas está apenas clinicando, não quis operar. Ele ficou 8 meses preso e preferiu não ir para o centro cirúrgico agora”, disse Alexandre Costa.
Bolívar Guerrero deixou o presídio Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, no dia 15 de fevereiro, após ter um pedido de revogação de prisão atendido pela juíza Anna Christina da Silveira Fernandes, da 4ª Vara Criminal de Duque de Caxias, onde o processo tramita.

O caso

O caso de Daiana Chaves Cavalcanti veio à tona depois dela começar a denunciar publicamente que era mantida em cárcere privado na Clínica Santa Branca, de propriedade do médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva.

No dia 3 de maio, ela realizou intervenção cirúrgica para fins estéticos nas nádegas, costas e abdômen. Teve complicações, voltou à Santa Branca e fez novo procedimento, uma abdominoplastia para corrigir problemas da primeira cirurgia, e também realizar uma mamoplastia – cirurgia que reduz as mamas e as reposiciona.

 

Daiana Chaves: feridas fecharam e ela agora torce por uma cirurgia reparadora — Foto: Arquivo pessoal

O quadro de saúde de Daiana piorou, e ela passou a pedir transferência, inclusive na Justiça, o que não foi atendido pela clínica, nem por Bolívar.

Bolívar Guerrero Silva foi preso no dia 18 de julho, quando estava dentro do centro cirúrgico da Clínica Santa Branca, por não cumprir a ordem judicial de transferir Daiana. Ele tentou alguns relaxamentos de prisão, mas a Justiça não concedeu. Os bens da clínica também foram bloqueados pela Justiça na época.

Crédito: g1.globo.com

 

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