O síndico do condomínio onde aconteceram as agressões de Victor Possobom contra o enteado de 4 anos, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, encaminhou um e-mail com as imagens que flagraram as cenas de violência, à investigadora da Delegacia de Icaraí (77ª DP) um dia depois de denunciar o caso à polícia.
A rádio BandNews FM teve acesso com exclusividade ao e-mail enviado ainda no dia 22 de fevereiro. A Polícia Civil, no entanto, alegou que só teve acesso aos vídeos na semana passada.
O agressor foi preso na última sexta-feira (16), sete meses após a denúncia.
O documento continha as imagens das câmeras de segurança do condomínio, localizado na Avenida Sete de Setembro, no bairro de Icaraí, que flagraram Victor dando socos e sufocando a criança. As agressões aconteceram no hall e no elevador do prédio.
No corpo do e-mail, o síndico descreve que seguiam em anexo as imagens para a instrução do termo circunstanciado do depoimento dele prestado em sede policial.
“Seguem anexas as imagens para instrução do TC acima. Do meu depoimento de ontem ficou consignado no termo apenas o relato do elevador. A outra agressão ao menor, um tapa violento, se dá logo em seguida no hall de entrada do prédio”, escreveu.
Em depoimento prestado no dia 21 de fevereiro, os funcionários que denunciaram as agressões à polícia já narravam as cenas de violência e haviam se comprometido a entregar as imagens que comprovavam os relatos à investigadora responsável, que passou o e-mail corporativo dela para eles.
Victor Possobom teve a prisão preventiva mantida pela Justiça do Rio durante audiência de custódia, realizada no domingo (18), no Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.
Na decisão, a juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, em exercício na 1ª Vara Criminal de Niterói afirmou que as imagens não deixam dúvidas sobre o crime.
“As imagens contidas na mídia acautelada em cartório não deixam dúvidas. Há que se reconhecer que a autoria resultou claramente indiciada, assim como comprovados os indícios de materialidade delitiva acerca da prática da conduta criminosa. Há nítida superioridade física do réu face à vítima, o que por si só já demonstra a crueldade da conduta e a condição de indefesso da mesma”, afirmou a magistrada.
A defesa de Victor já está recorrendo da decisão e entrou com um pedido de liberdade provisória na justiça.
A reportagem questionou a Polícia Civil a respeito do e-mail e de outras diligências feitas pela delegacia, mas ainda não teve retorno.
Disputa pela guarda do filho do agressor com mãe da vítima
Na tarde desta segunda-feira (19), acontece a primeira audiência da disputa pela guarda da bebê de um ano, que é filha de Jéssica Carvalho e Victor Arthur Possobom.
A mãe da criança afirma que sofreu violência doméstica por parte do ex-companheiro e que fugiu de casa depois de não aguentar mais as agressões, mas acabou precisando deixar a filha com o pai.
Com a prisão de Victor, a disputa pela guarda acontece agora entre Jéssica e a avó paterna, com quem o agressor morava e que cuida atualmente da criança.
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