O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou nesta sexta-feira, 29, que o déficit primário recorde de R$ 702,950 bilhões nas contas do setor público em 2020 representou um aumento de 11 vezes em relação ao rombo de R$ 51,837 bilhões registrado em 2019. O déficit em 2020 foi equivalente a 9,49% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Os impactos econômicos, sanitários e sociais da pandemia de covid-19 no ano passado das contas públicas são as principais razões para o aumento do déficit nas contas do setor público. Além das despesas extraordinárias para combater a pandemia, houve redução nas receitas”, avaliou Rocha.
Ele apontou que todo o déficit esteve concentrado nas contas do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS), que apresentou um rombo de R$ 745,266 bilhões no ano passado, com despesas extraordinárias de R$ 524 bilhões para combater a pandemia.
Já no caso dos governos regionais (Estados e municípios) houve um superávit de R$ 38,748 bilhões no ano passado, equivalente a 0,52% do PIB – o melhor patamar desde 2011.
“Os governos regionais receberam da União um auxílio específico de R$ 78,247 bilhões no ano passado. No setor consolidado, essa transferência é neutra, mas aumenta o déficit do Governo Geral e possibilita o superávit de Estados e municípios”, completou Rocha.
As empresas estatais ainda registraram um resultado positivo de R$ 3,567 bilhões no ano passado.
Fonte: odia.ig.com.br