Foi publicado no Diário Oficial da Prefeitura de Rio Bonito no último dia 6, o Decreto nº 300 que prorrogou a Intervenção do Hospital Regional Darcy Vargas pelo governo riobonitense. Mas o que chamou a atenção foi o prazo de extensão da intervenção, 48 meses, ou seja, quatro anos. O período causou surpresa pelo fato de exceder o atual mandato do prefeito Leandro Peixe. Para saber sobre o assunto, a reportagem da Folha ouviu o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Salazar.
Segundo Salazar, o novo período de intervenção foi recomendado pelo Ministério Público, e na avaliação dele, a extensão do prazo mostra que o foco está na saúde do município.
“Nosso interesse não é somente com o nosso grupo político, o interesse é proteger a saúde e o hospital, mesmo em outras gestões que possam vir. Torço para que a população nos dê a oportunidade de gerir a Prefeitura, a cidade, por mais um período, mas se não acontecer, vão ter mais dois anos de intervenção para que o próximo gestor, caso aconteça, possa escolher se quer continuar ou não”.
Sobre a intervenção
Rodrigo explicou que o motivo da intervenção é que a administração do hospital não estava prestando contas à Prefeitura dos recursos repassados.
“A intervenção é uma recomendação do Ministério Público para que nós intervíssemos na administração do hospital porque estamos recebendo recurso, passando para o hospital, há anos, e o hospital, em alguns momentos administrativos, não estava prestando a devida conta do dinheiro que estava indo para lá”.
Ele revelou ainda que o recurso repassado pela Prefeitura à unidade, não estava sendo gasto com saúde.
“Para prestar o serviço que nós queríamos prestar para a população, em saúde, não tinha como o hospital funcionar do jeito que estava. Era muita despesa sendo feita que não tinha a ver com saúde, resumidamente falando”.
Mudanças na intervenção
Segundo o secretário, foi mudada a estrutura administrativa da intervenção, através do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público. O novo acordo, entre outros benefícios, segundo ele, evita os altos salários que eram pagos no início do processo de intervenção.
“A estrutura da intervenção foi modificada, a interventora e os cargos administrativos, para não haver mais aquele problema de supersalários”, disse.
De acordo com a publicação no Diário Oficial, o decreto terá validade a partir do dia 2 de junho deste ano, e as funções de interventora do HRDV serão exercidas pela advogada Kely Betânia Abrão Borges e Borges.
O decreto prevê as funções de diretor de gestão Hospitalar, gerência de pessoal e gerência de contratos e finanças.
Por Lívia Louzada