A votação que poderia garantir a extensão do vínculo empregatício de cerca de mil contratados da Prefeitura de Rio Bonito acabou sendo adiada após um protesto de um grupo de servidores que foram impedidos pelo presidente da Casa, vereador Humberto Belgues, de acompanhar a sessão, ocorrida na manhã de hoje (22). Apesar de ter sido marcada em caráter extraordinário, os vereadores de oposição pediram vista na matéria alegando falta de informações, como, por exemplo, estudo de impacto financeiro.
Caso a mensagem não seja aprovada, os contratos não poderão ser renovados. De acordo com a Prefeitura, devido a pandemia, não há tempo hábil para a realização de novo processo seletivo, necessitando, desta forma, a prorrogação dos contratos vigentes. “Durante a pandemia, a Prefeitura precisou interromper alguns contratos, principalmente na área da educação. Como as atividades estão sendo retomadas gradualmente, esses servidores que foram aprovados no processo seletivo precisam retornar aos seus postos de trabalho para que o atendimento a população não seja comprometido”, disse a líder do governo, Marlene Carvalho.
O vereador Fabiano Xeroca também se mostrou favorável a aprovação da matéria. “Tenho certeza que esta Casa não deixará mais de 900 pessoas desempregadas. Essa mensagem é de extrema importância para a continuidade dos serviços prestados pelo município, principalmente nas áreas de educação e saúde. Por isso, sou favorável a aprovação dessa matéria”, revelou o vereador.
Para o vereador Claudio Fonseca de Moraes, a rejeição da matéria terá um impacto negativo na economia do município. “Estamos vivendo um momento de pandemia e de enorme crise econômica. Serão quase mil famílias sem uma fonte de renda. Voto favorável e peço que meus pares também façam o mesmo. É o mínimo que podemos fazer por esses servidores nesse momento tão difícil que estamos enfrentando”, afirmou.
Após a explanação dos parlamentares da base, o vereador Dilon de Boa Esperança deu entrada no pedido de vista da matéria, que foi assinado ainda pelos vereadores Humberto Belgues, Reginaldo Ferreira Dutra e Rafael Caldas. “E o impacto financeiro? Nada disso foi especificado na mensagem. Acredito que os senhores saibam que o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) caiu drasticamente este mês. Temos que ter responsabilidade com o dinheiro público. Está todo mundo preocupado com a situação desses servidores, mas não podemos votar uma mensagem dessa importância sem todo o respaldo. Não podemos fazer politica com vidas humanas”, disparou o presidente da Casa, Humberto Belgues.
Em relação a proibição da entrada dos servidores, Humberto afirmou durante a sessão, que foi transmitida via rede social, que “essa pessoas nitidamente não estão com vontade de assistir a sessão. Estão lá fora fazendo baderna, gritando e fazendo algazarra”. Ele revelou que cogitou realizar a sessão por vídeo conferência. “A UTI do Darcy Vargas está com 100% dos leitos ocupados. Temos que ter responsabilidade com a vida das pessoas. Não tinha condição de abrir o plenário para o grupo. A Câmara é a casa do povo e vai continuar sendo, mas a restrição foi necessária devido a pandemia”, encerrou Humberto.
