A Polícia Civil realiza, nesta sexta-feira (13), uma operação para desarticular parte de uma quadrilha especializada em fraudes bancárias que sequestraram e extorquiram comparsas. De acordo com as investigações, a família de um antigo cúmplice foi mantida refém em uma comunidade na Zona Oeste até que os antigos aliados devolvessem R$ 100 mil desviados de contas de vítimas. Ao todo, foram presos o líder da organização e mais dois integrantes.
De acordo com a 16ª DP (Barra da Tijuca), os presos são André de Souza da Silva, o BB Sheik, de 28 anos, líder do bando no Rio de Janeiro, Thiago Emiliano Marcos Peçanha, vulgo Balloteli, 28, e Francisco Iago Oliveira, 26. Em um dos vídeos divulgados pela polícia aparece a casa de luxo do BB Sheik durante uma festa, com uma iluminação especial e piscina.
Ainda segundo as investigações, o grupo planejou e executou um sequestro, em dezembro de 2020. Na ocasião, os criminosos utilizaram a conta de uma empresa de fachada para um depósito de R$ 100 mil. No entanto, os destinatários dos valores, que faziam parte do esquema, resolveram ficar com a quantia e não repassaram ao restante da quadrilha.
Após descobrirem o fato, os suspeitos foram até a casa de um comparsa e, após o renderem, levaram também sua mãe, seu padrasto e um primo para a comunidade de Rio das Pedras, Zona Oeste da capital. No local, passaram a exigir de outro integrante a devolução do montante sob ameaça de morte dos reféns. A família só foi libertada quando foram devolvidos R$ 110 mil, uma vez que os bandidos cobraram 10% de juros sobre o valor.
Organização criminosa movimentou mais de R$ 8 milhões
Segundo as investigações, a organização criminosa especializada em fraudes bancárias fez dezenas de vítimas em todo o Brasil e movimentou mais de R$ 8 milhões com os golpes registrados.
A quadrilha engana as vítimas e tem acesso aos seus dados pessoais. Os integrantes se passam por funcionários da agência bancária e conseguem transferir altas quantias em dinheiro de suas contas. Inclusive, prints de mensagens adiquiridas pela polícia mostram os contatos salvam como ‘próxima vítima’.
Diante da vasta movimentação financeira oriunda dos golpes, o grupo costumava ostentar. Carros de luxo, festas personalizadas e altas quantias em dinheiro faziam parte da rotina do bando. Os três ainda moravam em casas luxosas, com sauna, piscina, churrasqueira e esbanjavam roupas de grife. Imagens apreendidas pela polícia recentemente demonstram que André, o BB Sheik, como é conhecido, andava em um Porsche Macan, avaliado em mais de R$ 400 mil.