Nas últimas semanas boatos circularam na cidade sobre um possível fechamento do Hospital Regional Darcy Vargas por falta de recursos financeiros. Salários de funcionários ficaram atrasados e até mesmo a oncologia da unidade fechou por um dia. Para saber sobre a real situação, a Folha entrevistou o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Salazar, que deixou claro que “não há intenção da Prefeitura que o hospital feche”.

Ele disse que o repasse da Prefeitura para a unidade está em dia e que o problema financeiro foi causado pelo término do Programa de Apoio aos Hospitais do Interior (PAHI). O secretário garantiu que a partir de julho a situação deve ser normalizada.

Salazar explicou que o hospital é custeado por três fontes principais, o município, o Estado e o Governo Federal, mas que em algumas ocasiões, o valor final dos gastos excede os recursos recebidos.

“Assim como toda estrutura da saúde no Brasil é subfinanciada, as vezes o hospital tem custo X e as vezes o valor que se tem para repasse não cobre tudo”.

Segundo o secretário, os valores destinados ao Darcy Vargas, oriundos de recursos da Prefeitura, não estão atrasados, mas como a resolução que criava o Programa de Apoio aos Hospitais do Interior (PAHI) chegou ao fim em dezembro de 2022, a unidade agora deve receber uma nova ajuda. Essa ajuda, segundo ele, virá de uma resolução, que deve ser assinada pelo secretário Estadual de Saúde, Dr. Luizinho, com quem se reuniu para tratar do assunto.

“Fizemos uma reunião com o Estado para tentar chegar a um valor que consiga resolver essa questão (a falta do recurso do PAHI). Em julho, o hospital terá o apoio de uma nova resolução de R$ 1,5 milhão até dezembro de 2023. A partir daí os custos serão estabilizados. O PAHI era R$ 1,2 milhão”, revela Rodrigo, que agradece a confiança depositada pelo prefeito Leandro Peixe nele, o apoio do deputado estadual Pedro Ricardo (PP) e a ajuda do secretário estadual de Saúde e do governador Cláudio Castro.

Repasses da Prefeitura

O secretário de Saúde de Rio Bonito disse ainda na entrevista que a Prefeitura não tem interesse que o hospital feche as portas.

“Se depender de nós, ele não pode fechar e nem vai fechar. Agora, não depende só de nós, o hospital é regional, ele é uma referência”, analisa.

Rodrigo fez uma análise sobre o aumento do valor dos recursos destinados a unidade desde 2013, pelo município. De acordo com o secretário, o valor saltou de cerca de R$ 300 mil para mais de R$ 700 mil.

“Nos últimos três governos, de 2013 pra cá, a Prefeitura repassava em torno de R$ 300 mil, depois repassava R$ 500 mil e aí o prefeito Leandro Peixe entrou e pactuou com o hospital, até para poder subsidiar melhor, justamente pensando no custo final. Hoje a Prefeitura repassa cerca de R$ 717.676 para o hospital”, disse.

O secretário explicou ainda que esse valor repassado com recursos próprios, representa quase 20% no valor que é preciso para custear o hospital mensalmente.

Lívia Louzada