Em operação conjunta, o Ministério Público do Rio (MPRJ) e órgãos da prefeitura e do estado acabam de chegar a Rio das Pedras, na manhã desta sexta-feira, para demolir uma construção irregular de dois andares que pertenceria a milicianos que atuam na região. Segundo investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), no local, na Estrada do Itanhangá, 625, em Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio, estava sendo erguido um shopping. A destruição do imóvel representa um prejuízo, segundo os investigadores, de cerca de R$ 5 milhões à milícia.
Laudo de vistoria do imóvel, feito por engenheiros e um arquiteto da Coordenadoria Geral de Licenciamento e Fiscalização e Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização Urbanística, ambos da prefeitura, aponta que não há projeto aprovado e nem é possível assegurar a segurança da construção. De acordo com o documento, o terreno não pode ser legalizado, uma vez que se trata de via pública. Neste caso, o veredito da comissão de vistoria foi a demolição da obra irregular. De acordo com a prefeitura, já havia se esgotado todas as medidas para a autuação do proprietário, inclusive a expedição de autos de infração e embargo da obra. Mesmo assim, a construção não parou e já estava no segundo andar. No último dia 8, o proprietário chegou a ser intimado a cumprir o laudo de vistoria.
Além do Gaeco, participam da operação: o Comando de Policiamento Ambiental da Polícia Militar, a Secretaria de Ordem Pública (Seop) e a Secretaria Municipal de Conservação (Seconserva). No último dia 26, a mesma força-tarefa destruiu um outro imóvel, também em Rio das Pedras, no valor de R$ 2 milhões. O edifício ficava em uma via pública do bairro, que é controlado pela milícia.
Em outubro, também foi demolida uma casa erguida ilegalmente no Parque Municipal de Grumari, na Zona Oeste do Rio. A área é de preservação ambiental, sendo proibida a construção no local desde 2001. Segundo o Gaeco, a casa seria um esconderijo do miliciano e ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega. O ex-militar foi morto em fevereiro de 2020, num suposto confronto na Bahia. Os investigadores informaram, à época da destruição, que o imóvel foi construído em 2018 e pertencia ao sargento da PM Luis Carlos Felipe Martins, o Orelha, braço direito do ex-capitão. Martins também foi morto logo depois de seu chefe.
Crédito: extra.globo.com