Participantes de um esquema de lavagem de dinheiro e compra de drogas e armas do Comando Vermelho são os alvos da operação ‘Alba’, desencadeada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (9) na comunidade da Kelson’s, na Penha. Ao todo, 26 mandados de busca e apreensão foram expedidos, além do bloqueio judicial de cerca de R$ 76 milhões em contas bancárias e o sequestro de bens.
Segundo a Polícia Civil, empresários e pessoas físicas estão entre os suspeitos de participarem da quadrilha. Um dos envolvidos é Dalto Luiz Vieira Santana, o DT, apontado como chefe do tráfico de drogas na Kelson’s. Ele é o principal suspeito da cruel morte da jovem Bianca Lourenço, em janeiro de 2021. Bianca foi levada de dentro de casa, morta e esquartejada. Seus restos mortais foram encontrados apenas dias depois na Baía de Guanabara.
DT é classificado como relevante liderança da quadrilha. Segundo as investigações, ele lidera um esquema em que a entrada do dinheiro oriundo do tráfico de drogas é camuflada por meio de contas de terceiros e em quantias divididas, para não gerar suspeitas.
Além da Kelson’s, os mandados são cumpridos também nos estados do Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. A operação é coordenada pelo Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), por meio da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD). Equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) também apoiam a ação na Kelson’s.
DT: traficante é procurado há mais de um ano
Segundo as investigações, Dalton Luiz Vieira Santana era namorado de Bianca Lourenço e não aceitava o término do relacionamento. No dia 3 de janeiro de 2021, a jovem foi retirada a força de uma festa que frequentava com amigos.
O corpo foi encontrado no dia 13 de janeiro, em uma praia na Ilha do Fundão, já em estado de decomposição. Desde então, Dalto Luiz teve a prisão decretada pela Justiça e é considerado foragido.
Operação no Jacarezinho mirou lavagem de dinheiro
Na última sexta-feira (4), a Polícia Civil também realizou uma operação na favela do Jacarezinho para desarticular um braço financeiro do Comando Vermelho.
A operação da Polícia Civil, batizada de ‘Big Fish’, buscou empresas vinculadas a Marcus Vinicius da Silva, o Lambari, antigo traficante que ainda é apontado pela Polícia Civil como “dono” do Jacarezinho. Lambari, que já cumpriu sua pena no sistema prisional, vive atualmente em Natal (RN) e é “gestor de negócios”, segundo a Polícia Civil.
De acordo com a investigação, Lambari usava pequenos empresários do Jacarezinho como “laranjas” para fazer a lavagem de dinheiro. A polícia pediu o bloqueio judicial de R$ 40 milhões para sufocar o braço financeiro do grupo. Somente uma das empresas investigadas movimentou R$ 30 milhões em dois anos, entre 2019 e 2021.
Crédito: Jornal O Dia