Vírus “primo” da chikungunya descoberto por pesquisadores da UFRJ registra casos em Niterói

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Após a descoberta da circulação de um novo vírus transmitido por mosquito, chamado de mayaro, “primo” da chikungunya, por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi divulgado a ocorrência de três casos da doença em Niterói. As três pessoas foram infectadas no ano de 2016. O mayaro causa uma doença que provoca sintomas como febre e dores nas articulações que se estendem por meses. O vírus foi descoberto através de um estudo molecular feito pelo Laboratório de Virologia Molecular da universidade. Todos os casos de Niterói foram registrados em moradores do Centro da cidade.

Em escala, os três episódios permitem concluir a estimativa de que a cada cem pessoas com chikungunya, dez delas na verdade têm a febre do mayaro. O vírus já estaria espalhado na região do Grande Rio, segundo a pesquisa. Os casos descobertos são de pessoas infectadas na própria região, não havendo necessidade de ter estado em regiões endêmicas do vírus. A doença pode ser transmitida pelo Aedes Aegypti, que transmite também a dengue, a febre amarela e o zika vírus, e também por pernilongos comuns, o que torna o risco de epidemia ainda maior.

Agora, os cientistas trabalham para descobrir de onde surgiu o vírus. Suspeita-se de que ele tenha se desenvolvido na Amazônia ou no Haiti, país que também sofreu uma epidemia recente. “Temos casos isolados da doença desde os anos 50. As duas epidemias da América Latina ocorreram na Venezuela, em 2010, e em Goiás, em 2014”, conta Amilcar Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ. “Sobre a situação atual, ainda não sabemos nada. Toda vez que aparece um vírus novo, ele precisa ser estudado, mas infelizmente estamos em um momento ruim de verbas para pesquisa”, lamenta.

Prevenção

Para evitar a doença, são recomendados os mesmos procedimentos de combate ao Aedes Aegypti. O mosquito, doméstico, vive dentro de casa e possui hábitos diurnos, alimentando-se principalmente ao amanhecer e ao entardecer. A Agência Nacional de Saúde Suplementar, do Ministério da Saúde, deixa algumas recomendações:

Cuidados dentro das casas e apartamentos

  •  Tampe os tonéis e caixas d’água;
  •  Mantenha as calhas sempre limpas;
  •  Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
  •  Mantenha lixeiras bem tampadas;
  •  Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
  •  Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
  •  Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
  •  Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.

Área externa de casas e condomínios

  •  Cubra e realize manutenção periódica de áreas de piscinas e de hidromassagem;
  •  Limpe ralos e canaletas externas;
  •  Atenção com bromélia, babosa e outras plantas que podem acumular água;
  •  Deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d’água;
  •  Verifique instalações de salão de festas, banheiros e copa.

Cuidados Gerais

  • Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo expostas, aplique repelente nessas áreas.
  • Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.
  • Caso observe o aparecimento de manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, busque um serviço de saúde para atendimento.
  • Não tome qualquer medicamento por conta própria.
  • Procure orientação sobre planejamento reprodutivo e os métodos contraceptivos nas Unidades Básicas de Saúde.

Informação

  • Utilize informações dos sites institucionais, como o do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais e municiais de saúde.
  • Se deseja engravidar: busque orientação com um profissional de saúde e tire todas as dúvidas para avaliar sua decisão.
  • Se não deseja engravidar: busque orientação médica sobre métodos contraceptivos.

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