O Ministério da Saúde bloqueou nesta segunda-feira a distribuição do lote de CoronaVac importado da China. Como revelou o GLOBO, a Anvisa proibiu no sábado o uso de 12,1 milhões de doses de CoronaVac que foram envasadas em uma fábrica sem certificação da agência.
A pasta, contudo, não disse quantas doses nessas condições já teriam sido aplicadas até o momento. Ao GLOBO, a pasta informou que aqueles que receberam imunização com doses interditadas pela Anvisa devem ser monitorados por 30 dias pelos gestores locais para identificação de possíveis eventos adversos. Segundo o ministério, os lotes com o problema estão sendo rastreados e serão monitorados até que a Anvisa divulgue sua posição final sobre o tema.
“Os lotes foram bloqueados no Sistema de Insumo Estratégicos do Ministério da Saúde, de forma que a evitar a movimentação inadvertida dos produtos até nova decisão pública. (…) As doses administradas deverão ser registradas nos sistemas de informação (Sistema do Programa Nacional de Imunizações SI-PNI, e-SUS AB ou sistemas próprios que interoperem com o SI-PNI por meio da RNDS), devendo os usuários, que receberam a vacina, ser acompanhados, durante 30 dias para avaliação de possíveis eventos adversos”, informou o ministério, em nota técnica.
Nesta segunda-feira, o Instituto Butantan, responsável por constatar o problema e avisar a Anvisa na noite de sexta-feira, realizou uma reunião com a agência para tratar do tema. Em nota, o Instituto afirmou que no último domingo, após o caso vir a público, foram enviados novos documentos à Anvisa. O Butantan forneceu novos documentos sobre o caso na reunião desta tarde na Anvisa, mas nenhuma nova decisão sobre o caso foi tomada.
A medida foi adotada de forma temporária até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) termine a investigação da remessa. Enquanto isso, a o ministério pediu que as doses fiquem em quarentena, armazenadas de 2°C a 8°C.
Em nota, o Butantan destacou que somente o envase da vacina aconteceu em fábrica que não passou por inspeção da Anvisa. No sábado, o Instituto já havia afirmado que o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), matéria-prima da vacina, seguiu as normas da Anvisa e foi manipulado em unidade inspecionada pela agência.
“O Butantan reitera que todo produto passa pela rigorosa equipe de qualidade e que foi o próprio instituto, por compromisso com a transparência e por extrema precaução, que comunicou o fato à agência, após atestar a qualidade das doses recebidas. Isso garante que os imunizantes são seguros para a população”, diz o comunicado.
Crédito: Jornal O Globo