A reportagem do Fantástico mostrou como a Polícia Federal frustrou o plano de um dos maiores criminosos do Brasil, que montou uma extensa rede de apoio envolvendo detentos do bando e advogados. Tudo elaborado a partir de conversas em código, na Penitenciária de Brasília.
Imagens mostram Marco Willians Herbas Camacho – o Marcola – conversando pelo telefone com a mulher Cynthia e um dos filhos do casal, de 13 anos, na Penitenciária Federal de Brasília, no dia 3 de novembro de 2021. A mulher do líder da maior organização criminosa paulista, que atua dentro e fora dos presídios, conta que foi assaltada.
Marcola: Foi aonde isso aí?
Cynthia: Na Marginal. Via expressa. Era trânsito, parou. Tomei um susto tão grande, demorei uns segundos pra voltar ao normal.
Mas Cynthia diz que logo os assaltantes tomaram uma atitude inusitada.
Cynthia: Aí devolveram porque viram meu nome. Que era seu nome. Cynthia Willians Herbas Camacho. Mandaram entregar lá no salão. Devolveram o celular e o dinheiro do Pix.
Marcola: P***. Eu não acredito. Mas você sabe que ali, exatamente na Marginal, tem… Eu sou muito conhecido.
Mesmo atrás das grades, condenado a 342 anos de prisão, Marcola é um homem temido. Foi na cadeia, onde entrou pela primeira vez com 18 anos, que ele se consolidou como o nome forte do grupo.
“O Marcola já respondeu por crimes de roubo, de roubo qualificado, de roubo a banco. Já respondeu por tráfico. Responde e respondeu por homicídio também. Por liderar a organização criminosa paulista. E tem condenação também por estar envolvido em plano de morte de autoridades aqui no estado de São Paulo”, diz o promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado / SP, Lincoln Gakiya.
Para a esposa, Marcola admite:
Marcola: Enquanto eu tiver vida, tiver respirando, você pode ter certeza que eu vou tá lutando pra sair daqui, entendeu?
Cynthia: Então tá bom, é isso que eu queria escutar de você.
Marcola: É que eu não posso falar um monte de coisa aqui, mas minha vida é lutar pra sair daqui.
Crédito: g1.globo.com/fantastico