Após reconstrução da morte do pastor Anderson do Carmo, laudo deve ficar pronto em até 30 dias

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O laudo técnico da reconstituição do assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal Flordelis, deve ficar pronto em cerca de 30 dias. A simulação foi realizada pela Polícia Civil entre a noite de sábado (21) e madrugada de domingo (22) para esclarecer lacunas e identificar possíveis contradições entre os depoimentos dos familiares. Flordelis participou da reconstituição, mas seus dois filhos – que já estão presos por participação no crime – optaram por não participar.

Quatorze pessoas foram intimadas a participarem da reprodução do crime, simulando, individualmente, seus gestos durante e após o assassinato do pastor. Segundo a delegada Barbara Lomba, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), houve contradições entre alguns depoimentos e ações.

“Reconstituição ajuda porque no momento de reproduzir os gestos, as pessoas não sustentam o que falaram na delegacia. Serve para sentir segurança do depoimento, comparar com o que foi falado. Por coincidência, os disparos acabaram sendo no mesmo horário do crime, reproduzir essas condições de som e ambiente nos tira algumas dúvidas e confirma outras questões que já tínhamos”, explicou.

De acordo com Lomba, durante a simulação, Flordelis afirmou não se recordar de alguns pontos que já havia informado em depoimento na delegacia.

“Não chega a ser uma contradição, mas não corresponde ao que foi dito anteriormente”, afirmou.

Participações

Como a defesa já havia divulgado, um dos presos pelo assassinato e filho biológico da deputada federal Flordelis, Flávio dos Santos Rodrigues, não participou da reconstituição. Além dele, o outro acusado, Lucas Cézar dos Santos, filho adotivo da parlamentar se recusou a participar da reconstituição e bateu boca com policiais civis em frente à casa da família no Badu, em Pendotiba.

Lucas chegou ao local algemado, levado em uma viatura. Após a discussão foi colocado novamente no carro da polícia. A delegada Barbara Lomba ainda tentou convencê-lo a participar da simulação, mas após conversar com seu advogado, Lucas disse que só iria se pronunciar em juízo. Flávio dos Santos chegou a casa em uma viatura da DH por volta de 1h30, conversou com policiais assessorado pelos advogados e confirmou que não participaria da simulação. Por volta de 2h30, ele deixou o local e foi conduzido para a delegacia novamente.

“Nós reproduzimos as cenas com base no que eles (Lucas e Flavio) falaram na delegacia, era ideal que eles participassem, porém é um direito deles. Provavelmente por estratégia da defesa (Lucas desistir de participar da reconstituição), algo que o fez mudar de planos, viemos preparado para que ele participasse, e isso atrapalhou um pouco”, disse Lomba.

A investigação ainda não descarta que uma segunda pessoa estivesse ao lado de Flávio no momento dos disparos. Na reconstituição, nove disparos foram realizados por volta de 3h30, hora próxima do assassinato. De acordo com a delegada, a quantidade de tiros é referente ao número de estojos recolhidos, o que desmente a versão de Flavio, que diz ter atirado seis vezes.

Os disparos foram realizados pela arma do crime, que foi levada para a casa. Os tiros foram disparados contra um tambor. O objetivo era observar de quais pontos da casa os tiros puderam ser escutados e, dessa forma, observar possíveis contradições em depoimentos.

Além da deputada federal, “Gordinho do Uber” participou da reconstituição, simulando o momento em que ele levou os irmãos com a arma até a casa. Ele saiu escoltado da reconstituição por volta de 0h50.

Daniel, filho biológico de Flordelis participou da reconstituição e também deu detalhes do momento do socorro ao pastor. Ele foi a casa na companhia de um advogado.Outro filho da deputada, André, também deu detalhes do socorro ao pastor. Um neto da parlamentar, filho de Simone – filha biológica de Flordelis – também participou.

Reconstituição

O advogado da família, Ângelo Máximo, foi proibido de participar da reconstituição, e criticou a decisão.

“Tô impedido de participar da reconstituição porque a doutora Bárbara Lomba mais uma vez vem obstruindo a família da vítima de participar do ato, dizendo que a reconstituição é oriunda da segunda fase da investigação. Mas a bem da verdade, o Flávio [dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis e também acusado do crime] e o Lucas são réus na primeira, onde estou constituído e deferido pela juíza à assistência da acusação“, declarou o defensor.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi acionada por ele e representantes da entidade de classe estiveram no local para pressionar a delegada. Fernando Prachedes, presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB-RJ e Bernardo Lugão, secretário-geral da OAB-RJ argumentaram que o impedimento pode regar uma nulidade no processo.

O crime ocorreu no último dia 16 de junho e Flávio e Lucas foram indiciados por homicídio na primeira fase das investigações. Segundo a DH, esta segunda parte do inquérito que apura o crime tem como objetivo apurar se houve participação de outras pessoas, inclusive da parlamentar. A primeira parte foi encerrada com o indiciamento dos dois filhos pelo homicídio.

Outras dez pessoas, entre filhos, netos e noras de Flordelis, também foram convocadas. Eles são considerados peças essenciais para as investigações. A operação contou com a participação de cerca de 15 policiais da especializada.

A reconstituição do crime começou por volta de 22h, com a presença de Flordelis e parentes da deputada que estavam na residência no dia do assassinato. A simulação foi encerrada pouco antes das 4h.

Fonte: O Fluminense

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