A Prefeitura de Maricá abriu ontem (17) sindicância interna no Hospital Municipal Conde Modesto Leal, no Centro, para apurar as circunstâncias que cercam o óbito de um paciente na unidade, ocorrido na manhã de terça-feira (16). A medida já trouxe desdobramentos, com o afastamento imediato de dois médicos da equipe da unidade. O paciente deu entrada domingo à noite, com ferimentos decorrentes de agressão e morreu após uma parada cardiorrespiratória.
De acordo com a secretária Simone Costa e Silva, nesta terça-feira (16), quando tomou ciência do caso, interviu prontamente junto à delegada Carla Tavares da 82ª DP (Maricá) para que o corpo fosse encaminhado ao Instituto Medico Legal. “Esse é o procedimento correto nestes casos, primeiro porque foi uma morte repentina e segundo porque era uma vítima de causa externa sem elucidação. Esse paciente não poderia ser enterrado sem esse diagnostico”, explicou Simone, acrescentando o motivo pelo qual o velório preparado pela família precisou ser interrompido. “Nós tentamos conversar com eles para que pudéssemos mandar o corpo para o IML, mas a família decidiu por velá-lo e, por isso, hoje (17/04) acionamos a delegacia”, completou.
De acordo com a direção, a delegada esteve no Hospital Conde Modesto Leal e explicou à família sobre o procedimento a ser realizado. O corpo foi transferido para o IML de Niterói, onde a necropsia e os exames de papiloscopia permitirão que em 24h seja emitido um laudo de óbito conclusivo da causa da morte do paciente.
“A sindicância visa apurar por que foi dado o atestado, quais as circunstâncias, quem foram os médicos que atenderam o caso e todos os exames realizados para que possamos corroborar com o diagnóstico”, ressaltou. “Se identificarmos alguma alteração de imperícia e de negligência será feito inclusive contato direto com o conselho de classe para as medidas cabíveis”, frisou a secretária de Saúde.
O paciente, identificado pela família como Sergio Estevão da Silva, devido ao fato de não possuir documentos oficiais, deu entrada no hospital com ferimentos possivelmente causados por pauladas nos membros superiores e inferiores, e por isso precisou ficar sob observação, internado na Estabilização, sendo acompanhado pela Ortopedia e pela Cirurgia.
No dia 16, também por volta das 8h, o paciente teve uma parada cardiorrespiratória e precisou ser entubado. Isso, de acordo com a secretária de Saúde, descarta completamente a hipótese de engasgo com agente externo, já que nenhuma partícula sólida foi encontrada durante o processo de entubação.
Ainda segundo Simone durante aproximadamente 40 minutos foram realizadas manobras de ressuscitação cardiopulmonar na tentativa de reanimar o paciente que infelizmente não resistiu.