Muitos fiéis foram para a rede social contestar a retirada do crucifixo da Câmara de Vereadores no município de Rio Bonito. Ele foi retirado para a reforma do prédio, mas desde a inauguração, em março deste ano, não retornou para o local. Nesta semana a imagem voltou ao plenário.
Há um mês o Padre João Luiz, fez um desabafo na missa dizendo que não sabia o que sentir com a retirada do crucifixo, pois ele é um símbolo e uma lembrança de que devemos sempre ser justos. “Eu estou querendo encontrar os vereadores de rio bonito para falar sobre a inauguração da câmara nova. Tiraram a cruz do lugar que ela ficava. Eu às vezes fico triste, e às vezes fico feliz. Fico triste porque no lugar que fazem as leis, não tem lugar mais pra deus. A finalidade da cruz é nos lembrar de sermos justos. Coloca então uma cruz sem imagem, para não ofender os protestantes. Mas em muitos lugares que fazem leis eu vejo tanta injustiça, tanta irresponsabilidade que eu ficaria feliz se tirassem a cruz de lá”, disse.
O padre explicou ainda que, todo tribunal tem um crucifixo e que as pessoas pensam que é porque a igreja exige isso. Mas existe um significado que vai além. “Todo mundo pensa que a cruz está nos tribunais por imposição da igreja. Ela está ali para os juízes e promotores se lembrem que há 2 mil anos um inocente pagou, sofreu. Para quando chegar a hora de acusar o outro, é preciso ter justiça mesmo, para um inocente não ser acusado”.
O professor e ex-vereador Arnupho Ferro, explicou em sua rede social a simbologia do crucifixo na câmara e há quanto tempo ela foi colocada no local:
“A imagem do Cristo Crucificado foi assentada no plenário da Câmara Municipal no dia da Padroeira em 1947, ou seja, há quase 73, pense bem: 73 anos!! ! A iniciativa adivinhe de quem partiu? Sim, mais uma obra dele, daquele pároco que mais expandiu a igreja em Rio Bonito, não apenas pelo volume de suas obras materiais, mas pelo aprofundamento da fé católica no íntimo rio-bonitense. Sim, aquele homem de Deus empossado na paróquia havia 3 anos antes, começou lentamente a fazer mudanças no município transformando-o por inteiro não apenas sob o ponto de vista religioso, mas também no educacional e nos costumes. Deve-se a ele a ideia aceita pelo então prefeito municipal, Dr. Celso Peçanha, da criação dos feriados municipais de 7 de maio(Dia do Município) e 8 de dezembro (Dia da Padroeira). Sim, estamos falando do saudoso e querido Monsenhor Antonio de Souza Gens, idealizador da entronização da imagem do Cristo Crucificado, repetimos, há 73 anos!!”.
Ainda concluiu dizendo que “penso que a retirada do Cristo Crucificado deu-se por conta daqueles que desconheciam totalmente essa história. Cordialmente, a comunidade católica sugere aos senhores vereadores que leiam na ata da instituição do dia 13 de novembro de 1947 o que afirmo ser verdadeiro e uma vez constatada a verdade, reconsiderem suas decisões retornando sem demora com a imagem que em nada prejudica seus trabalhos, pelo contrário, enobrece e estimula a cada um, amparado na proteção e Luz de Deus, buscar sempre o melhor”.