O prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), descartou em entrevista ao RJ1 desta segunda-feira (1) que a Prefeitura dê um socorro financeiro ao BRT, após a paralisação de motoristas que deixou passageiros a pé e engarrafamento de mais de 60 quilômetros na cidade.
“Desde o início do meu mandato, a Rio Ônibus tem reiterado uma ameaça de paralisação por falta de recursos. A gente entende que é um problema que vem há algum tempo e, em 30 dias, é difícil de resolver. A solução que eles querem é que a Prefeitura pegue dinheiro público e coloque na mão deles. Isso nós não vamos fazer”, disse Paes.
O prefeito afirmou que, inicialmente, a RioÔnibus descartou a greve. No fim de semana, o sindicato das empresas de ônibus e o sindicato de motoristas teriam chegado a um acordo, conforme relatou o prefeito. Apesar disso, houve a paralisação nesta segunda.
Com poucos ônibus, Paes reconheceu que o plano de contingência colocado em prática pela administração municipal não conseguiu dar conta do número de passageiros. Ele também afirmou que, se os problemas continuarem, pode romper o contrato com a concessionária.
O problema, segundo ele, seria como administrar a frota e as estações até que uma nova empresa assumisse o contrato.
Paralisação
Os serviços no BRT do Rio foram interrompidos na manhã desta segunda. Muitas estações nem sequer abriram, e passageiros buscavam alternativas para se deslocar — ônibus regulares saíam superlotados.
Segundo o consórcio que administra o sistema, “uma paralisação de alguns motoristas que impediram a saída dos ônibus das garagens” afetou os três corredores (Transoeste, Transcarioca e Transolímpica).
Paulo Valente, porta-voz do RioÔnibus — o sindicato das empresas de ônibus do Rio —, afirmou a reportagem que não há dinheiro sequer para o combustível.
“Posso comparar com Manaus, por exemplo. Todo mundo sabia o que acontece lá. O governo federal sabia que iria faltar oxigênio, o estado sabia que iria faltar oxigênio. A prefeitura também sabia, e ninguém tomou providências. No caso do município aqui, é a mesma coisa: a gente já vinha na UTI. As empresas vinham como se estivessem na UTI. Agora acabou o oxigênio”, afirmou.
Fonte: g1.com