O vereador Eduardo Soares segue na presidência da Câmara de Vereadores de Rio Bonito. Ele foi mantido na função após a decisão do desembargador Alcides da Fonseca Neto, que não entendeu haver irregularidades em seus atos. Porém, paralelamente, uma comissão permanente foi criada para investigar suas ações dentro da Casa, o que pode resultar na perda da presidência.
Em entrevista à Folha da Terra logo após a decisão do Judiciário, Eduardo disse que apesar de não fazer uma “política de troca”, mas sim uma “política transparente”, percebeu que nos últimos meses “começou a incomodar”.
“Fomos alvos de medidas não democráticas, onde tentaram tomar o poder à força. As turbulências começaram desde o dia 13 de maio, quando uma matéria estava em pauta. Essa matéria previa antecipadamente a eleição da presidência para o segundo biênio da Casa, e à pedido da autora do projeto, tentamos tirar essa matéria de pauta, foi quando iniciou um alvoroço, com xingamentos e quebra de decoro. Dentro do Regimento, artigo 156, diz claramente que eu estava dentro da prerrogativa de presidente, que tenho direito de tirar as matérias de pauta”, explicou.
No entendimento do vereador Dudu, vice-presidente da Câmara, também ouvido pela reportagem da Folha, e de outros edis, Eduardo infringiu o artigo 16 do Regimento Interno, que prevê que o “membro que for omisso, ineficiente e exorbite suas atribuições, é passível de ser investigado”. Para o vereador Dudu, e segundo ele, para outros sete edis, a retirada da matéria da pauta, “fere o Regimento Interno”.
O vereador Dudu disse ainda que não se alegra com a situação em que as relações na Casa estão, “quero que acabe logo isso para voltar a atender as demandas e os projetos de lei”.
Investigação
O Legislativo espera agora o resultado da Comissão que investiga a conduta de Eduardo para votação e aprovação ou não, do relatório. Sobre esse resultado, o presidente disse que respeitará a decisão. “Estou aqui pronto para respeitar qualquer decisão que venha a ser justa e dentro dos regulamentos”.
O vereador vê ainda “questões políticas para tentar derrubar a presidência”, e indaga, “por que será que nós incomodamos tanto?”.
Lívia Louzada