Esta é a história de sete dançarinos quenianos, que, juntos, formaram o “Grupo de Dança Família da Rua”, nome criado pelos próprios rapazes.
Eles tentam vencer as dificuldades de viver na ruas de Nairóbi e atingir o estrelato por meio da arte.
Os jovens sobrevivem dançando perto de casas noturnas de Nairóbi, na esperança de conseguir gorjetas. A atividade é ilegal e eles podem ser presos. Mesmo assim eles se arriscam.
Na noite da gravação da reportagem, os cinco integrantes que estavam trabalhando receberam um total de 490 xelins quenianos (aproximadamente R$ 23), o que rendeu cerca de 100 xelins (R$ 4,80) para cada um.
Com tão pouco dinheiro, eles são obrigados a comer o que conseguem achar na rua. Alguns seguranças de hotéis da região colaboram, “desviando” restos de comida para os rapazes.
“A fome faz você fazer coisas ruins – você pode ficar tentado se vir o celular de alguém “ diz Bosco, um dos dançarinos.
Outro membro do grupo, Gidi, usa o cinema de um vilarejo para dormir. “Em vez de pagar para ver o filme, eu pago 50 xelins [R$ 2,40] porque estou exausto e durmo nos bancos”, diz ele. No Quênia, pessoas forem pegas dormindo na rua podem ser presas.
Nesta reportagem do BBC Africa Eye, o produtor de vídeos Nick Wambugu acompanhou por dois anos a trajetória desses jovens em busca de fama e fortuna.
No caminho, eles enfrentam a fome, a privação material, problemas com a polícia e – principalmente – a pandemia de covid-19.
Com o fechamento das casas noturnas de Nairóbi, o grupo teve que se adaptar e passou a estacionar carros para sobreviver, sempre esperando por dias melhores.
Em meio a esperança e ingenuidade, resiliência e coragem, os jovens encontram maneiras de continuar dançando, na esperança de que, contrariando as estatísticas, cheguem ao tão sonhado sucesso.
Crédito: g1