Um dos crimes que mais chocou a população riobonitense completou 15 anos no último dia 7 de janeiro, a morte do milionário da Mega-Sena, Renné Renna. Grande parte da população da cidade lembra do fato ou até mesmo conhece algum parente do ex-lavrador, de 54 anos, que ganhou sozinho, em 2005, o prêmio de R$ 51,8 milhões da Mega-Sena. A ‘novela’ que envolveu o nome do ganhador finalmente teve um desfecho em 2021, quando foi batido o martelo sobre quem ficaria a herança.
Depois de 14 anos, a disputa judicial pela fortuna de Renné – avaliada atualmente em cerca de R$ 120 milhões – chegou ao fim. A filha do milionário, Renata Senna, foi autorizada a receber metade da bolada, e a outra parte vai ficar com os irmãos do milionário.
Relembre o caso
O ex-lavrador Renné Senna foi morto no dia 7 de janeiro de 2007, com três tiros, em Lavras, Rio Bonito, onde tinha a Fazenda Nossa Senhora da Conceição. Segundo testemunhas, dois homens de moto se aproximaram do milionário, que estava em um bar, e dispararam contra Renné. Os bandidos levaram a bolsa de René, mas deixaram o relógio e um cordão de ouro. A vítima havia perdido as duas pernas em decorrência de diabetes e costumava andar de quadricíclo pelo bairro.
Um dia depois do crime começaram as investigações e as principais suspeitas eram a viúva Adriana Almeida, 25 anos mais jovem que Renné, e a única filha dele, Renata Senna. Dias depois, a polícia descobre que o casal teve uma briga feia no réveillon e que Adriana havia passado o ano novo em Arraial do Cabo com um amante, que a chamava de “Égua Loira”. A partir daí, todas as suspeitas recaíram sobre a ex-cabeleireira. No dia 30 de janeiro, Adriana Almeida foi presa em Niterói sob acusação de ter sido a mandante do assassinato do marido, mas acabou absolvida no Tribunal do Júri em 2011.
Das seis pessoas acusadas de envolvimento no assassinato, apenas duas foram condenadas em 2009: o ex-PM Anderson Sousa, e o ex-motorista Ednei Gonçalves. Eles teriam atirado na vítima e foram condenados a 18 anos de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (por motivo tolo, impossibilidade de defesa da vítima e mediante recompensa) e de furto. Os dois, porém, já desfrutam do benefício do regime semi-aberto.
A absolvição de Adriana foi anulada em 2014 pelo Tribunal de Justiça, e no novo julgamento, em 2016, ela foi condenada a 20 anos de prisão em regime fechado.
Em 2018, a Justiça do Rio decidiu manter a anulação do último testamento de Renné Senna. O testamento que foi anulado, deixava metade da fortuna de René para a filha Renata, e a outra metade para Adriana Almeida. Apenas em dezembro de 2020, Adriana obteve permissão de passar o Natal com a mãe, retornando depois para a prisão.