A mulher e o grupo de homens armados que pararam o trânsito na avenida Samdu Norte, em Taguatinga, no Distrito Federal, participavam de um ensaio de casamento. Segundo as autoridades, a intervenção na via foi feita sem qualquer autorização e impediu o tráfego de carros e ônibus por alguns minutos. A ação foi flagrada em vídeo, na terça-feira (22).
A Polícia Civil informou que abriu uma investigação para apurar o caso. O inquérito está a cargo da 17ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga. Um dos objetivos é descobrir se as armas usadas pelos participantes eram verdadeiras ou falsas.
A noiva que aparece nas imagens foi identificada como Dilma Lane Coutinho de Castro Barbosa. Ela chegou a postar, nas redes sociais, imagens feitas no mesmo dia do vídeo, nas quais aparecia com o noivo em um estande de tiro.
Após a repercussão do caso, ela excluiu perfis em redes sociais e não respondeu às tentativas de contato da reportagem. Segundo amigos do casal, eles estão em lua de mel e vão prestar depoimento após voltarem de viagem.
Trânsito parado
Amigos do casal disseram à TV Globo que tanto Dilma quanto o noivo são Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs), e que os demais homens que aparecem na filmagem são da mesma categoria.
O vídeo mostra o grupo armado enquanto a noiva passava pela avenida. Nesse período, diversos carros e até um ônibus foram impedidos de passar pela rua.
Segundo os amigos do casal, o fotógrafo que fazia o ensaio teve a ideia de fazer a intervenção na via. No entanto, não havia qualquer autorização nesse sentido. O Departamento de Trânsito (Detran-DF) disse que a Diretoria de Engenharia não permitiu interdição no local.
Investigação da Polícia Civil
Em nota divulgada nesta quarta-feira (23), a Polícia Civil informou que o delegado-geral da corporação, Robson Cândido, determinou a investigação do caso para comprovar se as armas de fogo que aparecem nas imagens são verdadeiras e, ainda, identificar os envolvidos que praticaram a ação.
Segundo a PCDF, há informações de que próximo do local onde foi feito o bloqueio da rua, existe um clube de tiro, mas não se sabe se o evento foi promovido pelo estabelecimento comercial.
“A PCDF irá apurar todos os detalhes que cercaram a produção desse vídeo. Será esclarecido se armas são, de fato, reais, e em quais circunstâncias elas estavam sendo usadas”, disse Robson Cândido.
Especialistas ouvidos pela reportagem apontam que, pelas imagens, as armas aparentam ser reais. Isso porque as falsas possuem pontas coloridas, para serem identificadas.
Já a Loja do Pescador e Militar, clube de tiro próximo ao local onde ocorreu a intervenção, disse reprovar o evento. Em nota divulgada na terça, a empresa afirmou que o ato “não reflete os princípios e valores da empresa”.
“As imagens veiculadas ferem os valores dos CACs e em nada ajudam a política armamentista, que deve ser o foco maior de todos os esforcos daqueles praticantes do desporto, colecionismo e controle de pragas invasoras. Ressaltamos que estamos apurando as responsabilidades dos envolvidos e as pessoas que forem identificadas serão responsabilizadas administrativamente, civil e criminalmente”, diz o texto.
Crédito: Portal g1