O bombeiro Paulo César de Souza Albuquerque, identificado como homem que atirou no atendente do McDonald’s Mateus Domingues Carvalho após uma discussão, se apresentou na tarde desta segunda-feira (9) na 32ª DP (Taquara).
Imagens de câmeras de segurança mostram a confusão que terminou com Matheus baleado. O vídeo mostra o bombeiro dando um soco em Matheus, que reage com um tapa. Momentos depois, o atendente é baleado e cai no chão.
Inicialmente, na tarde desta segunda, o advogado de Paulo Cesar, Sandro Figueiredo, disse que as imagens não mostraram claramente seu cliente atirando no atendente da lanchonete. Posteriormente, admitiu que o bombeiro atirou, mas disse que o disparo foi acidental.
A Justiça fluminense negou nesta segunda-feira (9) um pedido de prisão contra o militar.
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que o militar responderá pelos seus atos na Justiça comum. Disse ainda que o comandante-geral da corporação, coronel Leandro Monteiro, determinou “a suspensão imediata do porte e posse de armas do militar, além da instauração de um inquérito policial militar para apurar a conduta do profissional e a abertura de um conselho disciplinar”
Briga por cupom de desconto
Segundo testemunhas, a briga foi por causa de um cupom de desconto.
As imagens mostram os dois conversando inicialmente. Mateus sentado dentro da loja fala com o bombeiro, que está de pé, do outro lado da janela. De repente, Paulo César abre o que parece ser uma porta, passa o braço pela janela e dá um tapa em Mateus, que rapidamente revida.
O bombeiro, então, dá a volta e entra no McDonald’s, com a arma na mão, como mostra a gravação de uma câmera do interior da loja. Algumas pessoas tentam impedir que ele avance, em vão.
O militar chega onde está o atendente, com arma em punho. No vídeo dá para ver Mateus caindo no chão e sendo acudido por um colega; enquanto o atirador sai caminhando calmamente, ao lado de uma mulher e um homem de casaco laranja e boné – que havia entrado atrás dele na loja e presenciou o crime.
O atendente saiu de Minas Gerais há cinco anos para trabalhar e juntar dinheiro a fim de pagar um sonhado curso de veterinária, segundo a família.
De acordo com Marcela Costa, tia do jovem, os parentes temiam pela segurança de Mateus por causa do horário de trabalho. Ela conta que ele tinha consciência de que o horário era perigoso, mas precisava do emprego.
“A gente fez de tudo para que ele saísse de lá por causa do horário, por ser de madrugada. Mas ele preferiu continuar trabalhando, achou mais viável. Mas eu queria que ele mudasse o horário de trabalho, por ser perigoso e por ele não ter essa maldade toda. Então acabou acontecendo isso com ele. Ele não tem reação. Só fez o trabalho dele lá, falou que não tinha como prestar o serviço que o rapaz queria e aconteceu isso”, afirmou a tia.