O cinegrafista Thiago Leonel Fernandes da Motta, morto em um bar na Zona Norte do Rio de Janeiro após o jogo entre Flamengo e Fluminense, no último sábado (1º), foi baleado em uma briga por causa de uma pizza brotinho, segundo testemunhas.
Thiago estava com o amigo Bruno Tonini Moura , que também foi baleado e socorrido a um hospital. Ambos são torcedores do Fluminense.
O autor dos disparos é Marcelo de Lima, agente penitenciário. Ele foi preso em flagrante e vai responder por homicídio qualificado por motivo fútil e por tentativa de homicídio.
A polícia investiga se a discussão tem relação com o jogo. Thiago era torcedor do Fluminense, assim como seu amigo Bruno.
A Confusão
Testemunhas afirmam que Thiago e Bruno foram baleados após uma briga causada por uma pizza brotinho.
Segundo os relatos, Thiago pediu duas pizzas brotinhos que estavam em uma estufa após o fim do jogo. Eram as duas últimas à venda.
Então, Marcelo alegou também ter feito um pedido e tentou pegar uma das pizzas de Thiago. Houve um princípio de confusão, e Marcelo teria sido retirado do bar sob agressões.
Uma testemunha afirma que o policial penal retornou minutos depois com uma arma e atirou contra Thiago, que morreu na hora.
Decisão
O juiz Bruno Rodrigues Pinto, da Central de Audiências de Custódia, decidiu pela prisão preventiva do policial penal Marcelo de Lima. No documento, o juiz aponta que Thiago Leonel e Bruno Tonini tinham acabado de sair do jogo de futebol no Estádio do Maracanã, momentos antes da ocorrência. Eles foram até o bar na Rua Isidro de Figueiredo, próximo ao estádio, quando a briga começou e o agente penitenciário teria efetuado disparos de arma de fogo contra as duas vítimas.
Uma das testemunhas afirmou que logo após os disparos, Marcelo de Lima tentou fugir do local, mas foi rendido logo em seguida por policiais militares . “É de se ressaltar que esse não é o tipo de comportamento esperado por aqueles que agem de acordo com a lei, ainda mais no caso em tela, em que o custodiado é um agente de segurança pública, conhecedor das normas, sobretudo as penais”, afirma o juiz Bruno Rodrigues Pinto
Quem era Thiago
Não à toa seus amigos escolheram definir Thiago por meio das lentes de trabalho. Em suas redes sociais, o jovem se descrevia como “sommelier de botequim” e demonstrava todo seu amor pela profissão. Ele já participou de produções para o Globoplay, outras plataformas de streaming.
Os amigos contam que Thiago tinha uma outra paixão: ele foi um dos formadores do Samba Pra Roda, que aconteceria na tarde do último domingo (2).
No perfil oficial, o grupo lembrou que ele era morador do Morro do Pinto, e foi em seu aniversário de 2017 que juntou os amigos em uma roda de samba no Bar do Omar, famoso na região. A partir daí surgiram os encontros de domingo.
“Hoje o dia ficou mais triste… Ainda mais porque Thiago, que sempre foi um grande entusiasta da arte e da boemia, teve sua vida interrompida abruptamente após uma partida de futebol. Infelizmente, não é todo mundo que sai de casa com o coração leve e respeitando o espaço do outro”, publicou o perfil oficial do evento.
Além das rodas musicais, o Samba Pra Roda tem ainda uma atuação social intensa. O grupo apoia o projeto B.A.S.E. (Buscando Ajuda para Sonhos Executáveis), uma iniciativa sem fins lucrativos que tem o objetivo de fomentar cultura e desenvolvimento social a crianças e suas famílias.
No dia 19 de março, por exemplo, o Samba Pra Roda arrecadou doações de material escolar para a unidade de ensino do projeto B.A.S.E.
Fluminense
O Fluminense lamentou o crime em nota. “O Fluminense Football Club lamenta profundamente a morte de Thiago Leonel Fernandes da Motta e torce pela recuperação de Bruno Tonini Moura, ambos tricolores, vítimas de agressão em um bar próximo ao Maracanã, após o jogo de sábado”, diz o clube.
“Esperamos que os fatos sejam apurados com rigor e o responsável, punido. Toda a nossa solidariedade aos familiares e amigos das vítimas.”
Fontes: Portal g1 e Jornal Extra