O bombeiro Paulo César Albuquerque, acusado de tentar matar um atendente do McDonald’s após uma discussão na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado. A sentença foi lida no fim da noite desta quinta-feira (27).
O caso aconteceu em maio de 2022. Segundo as investigações, o bombeiro atirou contra o atendente Mateus Domingos Carvalho após uma discussão motivada por um cupom de desconto de R$ 4.
Paulo foi condenado por tentativa de homicídio. A defesa do bombeiro alega que o disparo foi acidental e aconteceu depois que ele escorregou no piso da lanchonete.
Um dos argumentos levantados pela defesa do bombeiro é que o tiro teria sido perpendicular, ou seja, de baixo para cima.
Durante o julgamento, nesta quinta-feira, Paulo também foi questionado por qual motivo deixou a lanchonete sem ajudar a vítima. Ele afirmou que não se lembrava do telefone dos bombeiros, mas disse que pediu ajuda para um amigo.
Além da pena de prisão, o bombeiro também foi condenado a pagar uma indenização de R$ 100 mil à vítima por danos morais.
A defesa do bombeiro afirmou que vai recorrer da decisão e acredita que irá reverter o resultado. O advogado afirmou ainda que Paulo César Albuquerque não teve a intenção de disparar a arma de fogo.
A defesa de Mateus afirmou que saiu satisfeita com o resultado do julgamento e acredita que o júri ficou sensibilizado com os traumas que foram vivenciados pelo jovem, que ainda enfrenta uma luta para retomar a vida com as sequelas físicas e psíquicas que resultaram do crime.
O Corpo de Bombeiros disse que “repudia veementemente todo e qualquer ato criminoso” (veja ao fim desta reportagem a nota completa).
Relembre do caso link a baixo:
Nota da defesa de Paulo César Albuquerque
“A defesa do Sargento Albuquerque através do advogado Dr. Sandro Figueiredo, arguiu no plenário do júri as teses de ausência de dolo (quando não há intenção de matar), como tese secundária a desistência voluntária com a consequente desclassificação para lesão corporal.
Contudo, em que pese a tese de desclassificação para lesão corporal não ter sido acolhida, a disputa foi acirrada, sendo três votos para desclassificar e quatro votos para não desclassificar a conduta.
Por fim, a defesa por certo irá recorrer da decisão, e acredita muito que irá lograr êxito, pois todas as provas nos autos do processo, todos os depoimentos deixam claro que o acusado não teve a intenção de disparar a arma de fogo contra Matheus e que de fato o disparo foi acidental”.
Nota da defesa de Mateus Domingos Carvalho
“A defesa do Matheus, que atua como assistente de acusação, representada pelo Escritório João Tancredo, saiu satisfeita com o resultado do julgamento. Acreditamos que o júri ficou sensibilizado por todos os traumas vivenciados pelo Matheus desde o crime. A verdade é que a vítima enfrenta até hoje uma luta diária para retomar a sua vida diante das sequelas físicas e psíquicas que restou submetido. O nosso objetivo hoje é que o Matheus volte, aos poucos, a viver e consiga se reestabelecer emocionalmente e fisicamente”.
Nota do Corpo de Bombeiros
“O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro esclarece que o militar segue preso, desde maio de 2022, no Grupamento Especial Prisional (GEP) da corporação, à disposição da Justiça. Ele responde a Conselho de Disciplina do CBMERJ, que atualmente está em fase final, e cujo resultado pode levá-lo a exclusão das fileiras da corporação.
O CBMERJ segue ao dispor das autoridades para colaborar nas investigações.
A corporação repudia veementemente todo e qualquer ato criminoso, assim como condutas ilícitas que transgridam os preceitos da ordem, da disciplina e da moral características da profissão de bombeiro militar.”
Crédito: g1