Um foguete suborbital é lançado ao espaço a última sexta-feira (29) e inaugura nova fase em base aérea da FAB após 13 anos a partir do Centro da Barreira do Inferno, em Parnamirim, no Rio Grande do Norte, com uma carga especial: mais de mil cartas de estudantes de escolas públicas.
O lançamento ocorreu às 13h19 e foi o primeiro realizado na base após um hiato de 13 anos. Por ser um foguete suborbital, ele chega ao espaço, mas não permanece lá por muito tempo. Quando retorna, cai no mar.
O acesso a moradores e à imprensa não foi permitido, mas dezenas de pessoas assistiram à cena em áreas próximas da base.
O foguete de 8 metros de comprimento e 1,5 tonelada (sendo 900 quilos de combustível) tem capacidade para alcançar uma altitude de 150 km em cerca de 3 minutos. A tecnologia é nacional. O tempo de voo fica em torno de seis minutos.
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O lançamento faz parte da Operação Potiguar, que envolve cerca de 300 pessoas entre militares e civis. Segundo a Força Aérea Brasileira, essa é a primeira fase da operação, que tem a missão principal de testar as capacidades operacionais da Barreira do Inferno.
De acordo com a coordenação geral, o objetivo é ampliar os lançamentos espaciais no RN e apoiar o Programa Espacial Brasileiro.
A segunda fase da operação está programada para o segundo semestre de 2025, quando um novo foguete será lançado com uma carga ainda indefinida, destinada a experimentos científicos.
Barreira do Inferno
O Brasil tem dois centros de lançamento de foguetes: o de Alcântara, no Maranhão, e o da Barreira do Inferno, que foi o primeiro a lançar um foguete em território nacional, em 1965.
Em Alcântara, 85% da capacidade está comprometida para o ano que vem. Por isso, foram retomadas as atividades de lançamento no Rio Grande do Norte.
Cartas de estudantes
O foguete leva uma carga especial: mais de mil cartas de estudantes de escolas públicas, que escreveram sobre sonhos, ideais e aspirações para o futuro.
Uma das cartas que embarca nessa viagem espacial é a do estudante Lucas Felipe Cícero, de 17 anos: “Espero que, no futuro, o ser humano consiga encontrar paz”, diz ele.
As mensagens dos estudantes voltarão à Terra depois de cruzar a atmosfera e ficarão depositadas no Oceano Atlântico. A iniciativa deu oportunidade aos alunos da rede pública de ensino de Natal, Parnamirim, São José de Mipibu e João Câmara de refletir sobre o que desejam para as próximas gerações.
crédito: g1