Festa Junina em Rio das Ostras
“Olha a cobra! É mentira!..” – grita o marcador da dança de quadrilha do grupo da “Melhor Idade” de Rio das Ostras, na Praia do Centro, na primeira realização deste tipo que eu assisti no Município, no último dia 09/07. A comemoração, promovida pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, reuniu cerca de 50 pessoas que, antes, praticaram educação física no mesmo local. Teve de tudo: comidas típicas, sorteios, casamento na roça e muita alegria.
Apareceu, inclusive, uma engraçada carta de agradecimentos a “patrocinadores” do evento e recomendações aos “noivos”, que foi lida por uma mulher antes do “casamento”: “Queridos Noivos: antes de mais nada, eu queria trazer as desculpas do nosso prefeito que não pode comparecer. E, como eu sou íntima da família, vim substituí-lo”.
“Rio das Ostras mais uma vez prova que é uma cidade hospitaleira. Que conta sempre com o carinho dos empresários. Queremos agradecer ao hotel “Doce Zumbido” pela hospedagem dos noivos com sua suíte colorida e espelhada, colchões de água, e servindo um delicioso café da manhã, com mingau, chá de boldo e a refrescante água sulfurosa”.
“Ao senhor prefeito, pelos cursos profissionalizantes de ginástica olímpica e saltos ornamentais de trampolim e trapézio para idosos. Agradecemos à farmácia “Fim de Linha” pela linda cesta com calcinha e cueca de lã, supositórios, teste para gravidez, remédios para pressão arterial e insônia, Viagra e Corega, entre outros. Os noivos estão usando botinhas ortopédicas, presenteadas pela “Sapataria Pé de Anjo”. Um ensaio fotográfico aguarda por eles no zoológico local, e é só agendar. Aos noivos, desejamos felicidades e que esta data seja inesquecível. Mil beijos dos amigos do projeto “Bom Dia Centro de Rio das Ostras!”.
Antes do enlace também houve um discurso improvisado de um vereador parabenizando os participantes pelo evento. E desculpando-se por não poder permanecer, pois tinha outro compromisso no mesmo horário em outro local.
Em seguida, o “casamento na roça” teve um “tumulto”, pois uma participante tentou “interrompê-lo” dizendo para a noiva que o noivo já teria um “caso” com ela. Situação contornada, e o casório prosseguiu. As “alianças” foram conduzidas numa almofadinha pela participante de menor altura do grupo que, de tão baixinha, parecia mesmo uma criança “dama de companhia”.
Após, foi o momento de degustar as comidas típicas expostas em mesas, como bolo de fubá, paçocas, bananas cozidas, biscoitos e refrigerantes, entre outros.
Enquanto isso, o aparelho de som continua tocando a música típica da festa. E quando o marcador da dança de quadrilha grita de novo: “olha a cobra!” A mulherada, já mais descontraída e animada, pergunta: “cadêêêê?” Uma diversão só e saudável entre aqueles dos quais muitos acham e esperam que sejam apenas sisudos, carrancudos e entristecidos…
(Texto do livro “Crônicas Riostrenses – a Cidade na Visão de um Recém-Chegado”, que o autor está escrevendo)
Evaldo Peclat Nascimento é Jornalista, Professor, Poeta e Conselheiro do Conselho Municipal de Cultura de Silva Jardim.
