Adolescentes do Degase utilizam vídeos para encurtar distância dos familiares

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Dessa vez, a conversa por chamada de vídeo com a mãe, que acontece uma vez por semana, foi aguardada com mais ansiedade por I.F., que vai completar 19 anos nos próximos dias. O rapaz queria saber se ela iria levar um bolo para ele comemorar o aniversário com os colegas, que também estão cumprindo medidas socioeducativas no Cense Escola João Luís Alves (EJLA), na Ilha do Governador. Do lado de fora da sala, outros adolescentes aguardavam sua vez para falar com os parentes.

O diretor da unidade, Edson Paiva, mostrou também o jovem M. J., de 16 anos, que conversava com a defensora pública Daniela Calandra pelo programa skype instalado em um computador. Ali é a sala onde todos podem conversar por vídeo com defensores, advogados ou familiares. Daniela Calandra pertence à Coordenadoria de Defesa de Direitos da Criança e Adolescente (CDEDICA) e queria saber a respeito de seu comportamento dentro do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), para poder relatar os fatos ao promotor público e ao juiz que acompanham seu processo e também ajudá-lo em casos de necessidade.

Há 134 internos no Cense EJLA e, de segunda-feira a sábado, um grupo de cada um dos seis módulos e anexo pode fazer ligações de vídeo pelo computador, por três tablets recém-adquiridos e também por telefones celulares. O diretor-geral do Degase, Márcio Rocha, avalia que a medida ajuda a diminuir a angústia causada nos jovens por causa da interrupção das visitas para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.

“Criamos grupos de whatsapp dos diretores com as mães, para também passarem notícias sobre os adolescentes. Adquirimos 16 tablets, que foram distribuídos nas nove unidades de internação para que todos os socioeducandos possam fazer uma ligação semanal por videochamada com suas famílias para suprir as visitas que estão suspensas”, informou Rocha, acrescentando que uma portaria será publicada para normatizar as visitas, atendendo recomendações do Ministério Público.

Também para tentar diminuir as saudades nesse período de pandemia e quarentena, aos sábados, parentes que levam pertences para os adolescentes podem falar por Skype com eles em um computador instalado na sala de atendimento à família, no prédio da direção geral, também na Ilha do Governador. Este serviço não acontecia desde agosto de 2018.

“Estou com saudades”, disse a sobrinha de V.P., 16 anos, que cumpre medidas socioeducativas há 11 meses na escola. Ele já tinha falado com a mãe, a irmã e um irmão. ” Alguém vem me ver no sábado? “, perguntou J.S., 15 anos. “Se alguém vier, pede para trazer biscoito para mim”, pediu o garoto que está há 11 meses no local. Todos concordam num ponto: as chamadas de vídeo ajudam a diminuir as saudades.

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