Mais de 60 mil voluntários receberam uma das quatro candidatas chinesas à vacina contra a covid-19 “sem apresentar efeitos adversos significativos”, revelou, nesta terça-feira (20), o Ministério da Ciência e Tecnologia da China.
Em entrevista coletiva do governo sobre o avanço das vacinas na China, o vice-diretor do Departamento de Desenvolvimento Social do Ministério, Tian Baoguo, disse que 13 vacinas já foram parcial ou totalmente desenvolvidas pelo país asiático na fase 3 dos testes clínicos.
Na mesma entrevista coletiva, o presidente do Grupo Nacional de Biotecnologia da China (CNBG, uma subsidiária da farmacêutica estatal Sinopharm), Liu Jingzhen, garantiu que o conglomerado está pronto para a produção em massa da vacina assim que os testes forem concluídos, e que terá capacidade para fabricar mais de 1 bilhão de doses em 2021.
Preço da vacina ‘irá variar’
Por sua vez, o diretor do Departamento de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Comissão Nacional de Saúde, Zheng Zhongwei, disse que o preço “irá variar” de acordo com o tipo de vacina, embora “não seja determinado pela oferta e procura, mas pela tecnologia utilizada e pelo custo e escala de produção”.
Da mesma forma, o responsável negou que a China tenha lançado uma “diplomacia vacinal” com todos os testes que o país realiza em vários países, muitos deles em desenvolvimento.
“O que a China faz é trabalhar com outros países para desenvolver a vacina e contribuir para torná-la segura e disponível para aqueles que dela precisam”, disse Zheng, que deu como exemplo a entrada do país asiático na Covax, plataforma global da Pesquisa da vacina contra covid-19.
Ele disse que também que as vacinas que o país administra desde julho para casos especiais também não apresentam efeitos adversos e que sua “utilização obedece um rigoroso processo científico aprovado pelas autoridades”.
Zheng observou que os cidadãos chineses que trabalham no exterior já receberam essas vacinas de forma voluntária.
“A China ainda enfrenta um grande desafio, tanto dos casos importados quanto dos pequenos surtos que vimos nos últimos meses. Temos que proteger os funcionários públicos, os que viajam para o exterior ou o pessoal portuário, e cuidar para que não o sejam infectados”, afirmou.
A China pretende se tornar o primeiro país do mundo a produzir uma vacina em larga escala contra covid-19, com meia dúzia de países em desenvolvimento – incluindo vários latino-americanos – participando da fase final de testes clínicos de vários projetos.
No final de setembro, Zheng anunciou que a China planeja fabricar 610 milhões de doses da vacina do novo coronavírus antes do final deste ano e 1 bilhão em 2021, mas não adiantou uma data para as vacinas serem aplicadas em massa.
Fonte: noticias.r7.com