Dados da Fiocruz indicam ‘segunda onda’ de SRAG no Rio e outros estados

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Dados do Boletim InfoGripe da Fiocruz mostram que, enquanto diversos estados ainda enfrentam a fase de crescimento da primeira onda de novos casos semanais de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) – situação de todos os da região Sul, além de Sergipe e Mato Grosso do Sul –, alguns já dão sinais do início da chamada “segunda onda”. A análise é referente à Semana Epidemiológica 29 (12/7 a 18/7).

É o caso do Amapá, Maranhão, Ceará e Rio de Janeiro. Nestes estados, o número de novos casos semanais, depois de ter atingido um pico e iniciado o processo de queda, voltou a subir. No Rio, o boletim aponta para a manutenção do sinal de retomada de crescimento, após período de queda. Segundo os dados, a ocorrência de casos está muito alta no estado.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, observa que em Alagoas o número de casos voltou a crescer, sem nunca ter iniciado o processo de queda. “Os dados de SRAG continuam sendo fortemente associados à Covid-19, uma vez que, entre os casos com resultado positivo para os vírus respiratório testados, 96,7% dos casos e 99,1% dos óbitos retornaram positivo para o novo coronavírus”, ressalta Gomes.

Cenário nacional

Até o momento já foram reportados, este ano, um total de 289.946 casos de SRAG, sendo 145.020 (50,1%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 83.572 (28,8%) negativos, e cerca de 41.750 (14,4%) aguardando resultado laboratorial. Entre os positivos, 0,8% apresentavam influenza A, 0,4% influenza B, 0,7% vírus sincicial respiratório (VSR) e 96,7% Sars-CoV-2 (Covid-19).

No cenário nacional os dados indicam manutenção do número de crescimento de novos casos semanais, após leve queda observada no mês de maio. Os valores ainda encontram-se muito acima do nível de casos considerado muito alto. Estima-se que já ocorreram 76.934 óbitos de SRAG, podendo variar entre 74.888 e 79.792 até o término da semana 29.

“Como sinalizado nos boletins anteriores, a situação nas regiões e estados do país é bastante heterogênea. Portanto, o dado nacional não é um bom indicador para definição de ações locais”, comenta Gomes.

Estados com alteração de tendência

O sinal de possível estabilização no Rio Grande do Sul não se confirmou. O estado apresenta manutenção da tendência de crescimento. A tendência de possível início de queda na Bahia também não foi confirmada, sendo mantido sinal de estabilização. Já o Tocantins mostra estabilização após período de crescimento. Entre os estados que apresentavam queda nos boletins anteriores, Pernambuco e Espírito Santo apontam para um cenário de estabilização.

Paraíba, Distrito Federal, Amapá e Minas Gerais apresentam estabilização após período de crescimento, atingindo um platô. Embora tenha registrado leve queda durante o mês de maio, São Paulo mantém sinal de estabilização em valores semanais ainda próximos ao valor máximo observado neste ano. Em Rondônia e Goiás observa-se confirmação de possível início de queda, após atingir um primeiro pico no número de novos casos semanais.

Nas demais estados não foram observadas alterações em relação às tendências anteriores, com manutenção do sinal de queda na maioria das unidades federativas do Norte, sinal de crescimento em todas do Sul e situações heterogêneas nas demais regiões. Todos os estados continuam apresentando número de novos casos semanais acima dos valores considerados muito alto.

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