O cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, foi assaltado no fim da noite desta sexta-feira (12), na Zona Norte. O religioso já tinha sido vítima da violência da cidade pelo menos outras duas vezes.
O sacerdote voltava de uma missa em Bangu quando foi atacado na Avenida Brasil, na altura de Barros Filho.
A TV Globo apurou que homens armados cercaram o Sorrento onde Dom Orani seguia com o motorista e ordenaram que todos descessem.
A reportagem também descobriu que o carro tinha um mecanismo de travamento, acionado pelo condutor quando o bando fugiu. Mas, até a última atualização desta reportagem, não havia a informação se o veículo havia sido recuperado.
Em nota, a Arquidiocese do Rio informou que “foram levados os celulares do arcebispo e do motorista, anel episcopal, paramentos (roupas de missa), báculo (cajado), livros e relógios”. “Dom Orani e o condutor foram socorridos por um casal que passava pela Avenida Brasil e os levou até a residência do arcebispo.”
Ninguém se feriu.
Outros roubos
Em setembro de 2014, Dom Orani seguia do Sumaré com destino à Glória quando o carro em que estava com um fotógrafo, um seminarista e o motorista foi interceptado por três criminosos armados em Santa Teresa, na região central do Rio.
Um dos assaltantes apontou a arma para o cardeal e exigiu que todos entregassem seus pertences. Ele acabou reconhecendo Dom Orani e pediu desculpas pela ação criminosa, mas não desistiu de concluir o roubo e recolheu anel, cordão, caneta, o telefone do arcebispo e um crucifixo de prata dado de presente pelo Papa Francisco — além do equipamento do fotógrafo.
Durante a fuga, os assaltantes abandonaram a maioria dos objetos roubados, que foram recuperados pela polícia. Mas o crucifixo não foi encontrado.
Em julho de 2015, o ataque foi em Quintino, na Zona Norte do Rio. O cardeal voltava de uma missa em Campo Grande, na Zona Oeste, com o motorista e um casal de amigos quando foi surpreendido por quatro criminosos armados no Viaduto de Quintino. Desta vez, o carro foi levado. Toda a ação foi filmada por uma testemunha.
No dia seguinte, o cardeal comentou o incidente. O arcebispo disse achar que os ladrões eram jovens, possivelmente menores, e que, se fossem presos, iriam fazer uma “pós-graduação” do crime.
“Acho que se você prendê-los, eles vão fazer uma pós-graduação. Tem que recuperar com educação, de outra forma, de outra maneira, que os levem a sentir que têm valores que podem vir à tona, não só o mal”, declarou.
O cardeal ainda disse que rezava para que os assaltantes encontrassem um caminho fora do crime. “O que aconteceu comigo acontece com tanta gente. O fato de um ser cardeal-arcebispo chama a atenção. Eu rezo para que esses jovens encontrem famílias e pessoas que os ajudem a mudar de vida e serem felizes.”
Crédito: g1.globo.com