“Sou a favor que a gente retome as aulas normais, com a maior brevidade possível. Não é possível você ter shopping center aberto, as praias abertas, as pessoas andando de BRT e as crianças sem aula. É impressionante, tudo abriu menos a aula. Isso é uma daquelas consequências terríveis da doença. A gente tem casos de criança esquecendo como escreve o nome, e a gente não pode deixar isso, isso é um crime com as crianças, com o futuro do país e com o futuro da nossa cidade”, afirmou o prefeito.
Ainda não há uma previsão para que a retorno às aulas, mas Paes garante que ele será feito com cautela. “Vamos fazer isso tomando os devidos cuidados. Professores em idade de risco e com comorbidades, tudo isso vamos olhar com muita atenção, esperando que a vacinação também possa trazer essa tranquilidade”, disse.
O prefeito se reúne, na manhã deste domingo, com o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, e com governador em exercício Cláudio Castro para definir o plano de enfrentamento à covid-19.
O responsável pela pasta de educação, secretário Renan Ferreirinha, informou que está finalizando o plano para o ano letivo de 2021 e que o calendário escolar será divulgado na próxima semana.
“Nosso foco é uma volta segura às aulas e este assunto está sendo debatido com profissionais da Educação e da Saúde. Assim que o cronograma estiver fechado, iremos divulgá-lo. Além disso, estamos trabalhando para que as matrículas sejam feitas da melhor forma possível”, declarou Ferreirinha.
O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) do Rio, no entanto, não concorda com o retorno presencial na Rede Municipal de Ensino. Segundo o coordenador geral, Gustavo Miranda, essa retomada só deverá acontecer depois que toda comunidade escolar (professores, funcionários e alunos) for vacinada.
“A posição do Sepe tem sido clara desde o início da pandemia. A gente só volta nas condições sanitárias adequadas e que não comprometam a saúde dos profissionais de educação. Na virada do ano, como a questão da vacina se tornou uma realidade, a gente entende hoje que o retorno só deve acontecer quando toda comunidade escolar estiver vacinada. Foi isso, inclusive, que a gente passou para o atual secretário municipal de educação, Renan Ferreirinha, quando nos reunimos com ele em dezembro”, falou.
O coordenador do Sepe afirma ainda que as escolas não tem estrutura para garantir a integridade da saúde dos seus funcionários.
“As escolas, elas não tem de fato estrutura para garantir as regras que foram colocadas na metade do ano passado para cá, que dizia que era preciso tantas pessoas na sala de aula, álcool gel. As escolas vivem uma precariedade muito grande, a condição financeira da prefeitura indica que não vai ter investimento específico para isso. Portanto, antes de tudo devemos garantir a vida dos profissionais e, obviamente, buscar meios alternativos para que os estudantes tenham acesso ao ensino”, disse Miranda.
“A escola não é um espaço de lazer, onde as pessoas vão por livre e espontânea vontade, como a praia, que você escolhe ir ou não. A escola acaba sendo uma obrigação tanto para o profissional de educação quanto para o estudante”, complementou Gustavo.