Equipe apresenta projeto de produção de etanol de segunda geração a Concessionária Pro-Lagos

O projeto é voltado para a implantação de uma usina de Etanol em Silva Jardim
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Foto: Arquivo Pessoal

Uma equipe interessada em implantar uma usina de Etanol carburante de segunda geração utilizando as vegetações aquáticas da Lagoa de Juturnaíba, em Silva Jardim, apresentou o projeto a representantes da concessionária de águas Pro-Lagos em reunião, no último dia 04/09. Os participantes conversaram sobre o que fazer para aproveitar, principalmente, a vegetação que é retirada periodicamente dos vertedouros na embocadura da represa para a utilização na usina. Falaram com a responsável pelo setor de Meio Ambiente, Stephani de Souza Brunetti, e o perito ambiental Bruno Martins.

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Os representantes da Pro-Lagos ficaram de apresentar o projeto à diretoria da Concessionária a fim de que ele seja analisado e tenha um parecer a respeito. De acordo com o projeto, a usina poderá utilizar, ainda, vegetações que ficam em toda à área da lagoa, além de sobras de resíduos de vegetações provenientes de podas de árvores e capinas em todo o Município. Assim como bagaços de cana e resíduos de cocos recolhidos em Silva Jardim e cidades vizinhas. A equipe já solicitou e a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) inclusive está elaborando um projeto de lei que regulamenta a produção do Etanol de segunda geração no Estado.     

A equipe explicou aos representantes da Pro-Lagos que o aproveitamento da vegetação aquática que já é retirada por ela da embocadura da Represa, por exemplo, diminuirá o gasto da concessionária em depositá-la num espaço de “bota-fora” como é feito atualmente. E que a retirada das vegetações numa maior escala contribuirá inclusive para a prevenção contra enchentes em propriedades rurais localizadas no entorno da lagoa, bem como aumentará o nível de profundidade do reservatório e o maior aproveitamento do volume d’água já que as vegetações absorvem e concentram boa parte do líquido. Atualmente a lagoa de Juturnaíba possui um acúmulo de vegetação (gigoga, taboa, alface d’água, entre outras) de cerca de 650 hectares.

E evitará, ainda, enchentes até mesmo em partes do Centro do Município por ocasião das grandes cheias. Aumentará, além disso, o espaço da lagoa para a captação das águas. Também diminuirá a proliferação de matéria orgânica putrefata proveniente do apodrecimento da vegetação aquática no fundo da lagoa. O que dá um aspecto de poluição à água e aumenta os custos para a sua purificação pela concessionária.

Acrescentou que a constante retirada da vegetação para a manutenção da usina amentaria a área útil de captação de água e a quantidade do líquido em aproveitamento já que boa parte dele não ficaria mais retida na grande capacidade de absorção das plantas. Aumentaria, ainda, a capacidade geral de armazenagem da lagoa uma vez que acabaria com o acúmulo das plantas no fundo dela, recuperando a sua profundidade média que é de oito metros e atualmente está em cerca de três. Ampliaria, ademais, a área total dela com a retirada do grande acúmulo das vegetações que ficam “ancoradas” nas suas margens.

Foto: Arquivo Pessoal

A MINUTA DO PROJETO

A equipe pretende construir a usina numa área a ser cedida por um proprietário rural situado numa das margens da lagoa. Os proponentes já dispõem inclusive de uma planta e um plano de negócios para uma usina piloto. De acordo com eles, uma usina piloto incialmente terá capacidade para produzir 960 mil litros/ano.

Segundo análises e avaliações técnicas realizadas pela empresa “QUALY3e – Inovação Industrial”, a Lagoa de Juturnaíba e rios que a abastecem têm projetada uma capacidade de fornecimento de matéria-prima para a implantação de uma unidade piloto com capacidade de processamento de até 30 toneladas/dia, o que possibilita a produção de 2.166 litros/dia do Etanol. Em um segundo estágio, o de instalação de uma unidade Industrial do Etanol, poderia ser construída uma usina com capacidade de processamento de até 200 toneladas/dia de matéria orgânica.

Conforme cálculos dedutivos, só o espelho d’água da Lagoa e seu entorno já teriam cerca de 650 hectares de biomassa acumulada. O ciclo de reprodução da vegetação “gigoga”, por exemplo, é de 38 dias. Material esse que se renovaria constantemente pela vegetação aquática que normalmente se produz e reproduz nos rios que deságuam nela chegando até ela diariamente. Ela é a segunda maior lagoa de água doce do Estado.

A projeção anual de processamento e faturamento, de acordo com a empresa “Qualy3e – Inovação”, é a seguinte: matéria orgânica processada: 10.800 toneladas; etanol produzido: 960.000 litros; Faturamento anual: R$ 2.462.000,00 (dois milhões, quatrocentos e sessenta e dois mil reais); geração de empregos diretos: 20 pessoas; geração de empregos indiretos: 80 pessoas. Por ser um empreendimento não poluente, a produção do Etanol de segunda geração se encaixa perfeitamente no compromisso ecológico/ambiental do Município em não agasalhar nem acolher iniciativas industriais que possam agredir o Meio Ambiente. Ele não produz resíduos tóxicos, pois toda a biomassa é transformada em Etanol pelo processo de biodigestão a ser utilizado pela usina.

A produção de Etanol a partir de vegetação aquática, bem como de vegetação em geral, é uma tecnologia viável e com grande potencial. E a proposta principal é a de apresentar um processo patenteado de alta eficiência, que se utiliza da síntese da vegetação aquática convertendo-as em ácidos da cadeia etanóica que, uma vez destilados, resultam na produção de etanol de alta qualidade.

Já no caso de implantação de uma unidade industrial propriamente dita, que seria uma segunda etapa do projeto, teria uma usina com capacidade de processamento de, no mínimo, 200 toneladas/dia de vegetação aquática coletadas não só na barragem da represa de Juturnaíba, como também em todo o seu “entorno”. Ela teria capacidade para processar 72 mil toneladas/dia de matéria orgânica, produzir 6.400.00,00 (seis mil e quatrocentos litros) de etanol, com um faturamento anual de R$ 19.200.000,00 (dezenove milhões e duzentos mil reais). Geraria 60 empregos diretos e 240 indiretos.

A equipe é formada por José Carlos Vieira, engenheiro químico, responsável pela empresa “Qualy 3E — Inovação Industrial”; Humberto Barreto, engenheiro mecânico, consultor da “Qualy 3E”, Jocenildo de Andrade, idealizador e incentivador do Projeto e Evaldo Peclat Nascimento, idealizador e relator do Projeto.

Por Evaldo Peclat Nascimento

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