Durante a fase mais crítica da pandemia, um crime no Rio de Janeiro chocou os cariocas. Na madrugada desta sexta-feira (11), o engenheiro Paulo José Arronenzi foi condenado a 45 anos de prisão por matar com 16 facadas a ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral, na frente dos filhos, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, na véspera do Natal de 2020. O julgamento começou na tarde de quinta-feira (10) e terminou mais de 13 horas depois. A sentença foi anunciada às 4h.
A magistrada ia entregar as três filhas ao pai, quando foi atacada a facadas na frente das crianças que tinham entre 6 e 9 anos à época. O Instituto Médico Legal apontou que foram 16 golpes contra a juíza. Dois meses antes, Viviane registrou lesão corporal e ameaça contra o ex-marido. Na ocasião, o engenheiro foi preso em flagrante por guardas municipais.
O tribunal do júri decidiu acolher a denúncia do Ministério Público, que denunciou Paulo José por homicídio quintuplamente qualificado. O documento apontou feminicídio, a prática do crime na frente dos filhos, o motivo torpe – uma vez que Paulo matou a ex-juíza por não aceitar o fim da relação – a impossibilidade de defesa da vítima; e o meio cruel, a partir do laudo que constatou as 16 facadas.
Em depoimento ao tribunal do júri, a mãe da juíza Viviane Vieira do Amaral, Sara Vieira do Amaral, se emocionou ao lembrar do que aconteceu no dia da morte da magistrada. Ela comentou como foi a ligação da neta, que presenciou o crime.
O juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, que presidiu a sessão, também destacou a ”conduta arquitetada, fria e obstinada” de Paulo José contra a ex-companheira.
Cinco testemunhas de acusação e quatro de defesa prestaram depoimento ao tribunal do júri. Uma delas é a mulher que conseguiu filmar parte do ataque de Paulo José.
O engenheiro está preso há um ano e 11 meses e vai cumprir mais 43 anos de reclusão. A juíza tinha 45 anos e integrou a Magistratura do Estado por 15 anos.
Fonte: www.band.uol.com.br
Foto; Bruno Dantas/TJRJ