Pedro Ricardo Conceição da Rocha, de 19 anos, conhecido como King, alvo da segunda fase da operação Dark Room, disse que já sabia que seria alvo de mandado de busca e apreensão, mas ficou surpreso ao ser preso, na manhã desta terça-feira (4). Ele é suspeito de criar grupo no Discord para estupro de vulnerável.
Imagens que circulam em redes sociais, mostram o diálogo dele com agentes da Polícia Civil, no momento em que ele participava de uma partida online:
– Já estava esperando vocês. Inclusive, mãe, a mensagem que eu te mandei era justamente para avisar isso. Eu já sabia do mandado de busca e apreensão que eu ia levar. Mas vocês vão me conduzir até a delegacia?.
– Você tá preso. Tem um mandado de prisão contra você.
– Eu tô preso? Por que? Isso não faz sentido.
– Deixa eu te dar uma ideia. Vou te levar para a delegacia, a gente vai conversar, vai explicar toda a sua situação lá.
Após os policiais anunciarem a prisão, um dos rapazes que participava da partida diz: “O King tá preso, mano!”. O vídeo foi postado em uma rede social por volta de 10h30, e no inicio da tarde desta terça já tinha 18 mil visualizações.
Segundo policiais que participaram da operação, além de argumentar que sua prisão não faria sentido, Pedro debochou dos agentes, chegando a bocejar e assobiar. “Isso demonstra a personalidade dele, personalidade fria e que inclusive alegou que estava aguardando a chegada da polícia, como se já soubesse que uma medida cautelar judicial seria cumprida naquele dia”, disse o delegado Luis Henrique Marques, da Dcav.
Após a divulgação das imagens da matéria, uma outra vítima registrou queixa na delegacia de Itaperuna, no Norte Fluminense, por estupro de vulnerável contra o Pedro Ricardo.
A segunda fase da operação Dark Room acontece em Cachoeiras de Macacu e Teresópolis. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em ambos os municípios. O g1 tenta contato com a defesa de Pedro.
As investigações da Operação Dark Room começaram em março deste ano, com o compartilhamento de informações entre a Polícia Federal e policiais civis de vários estados do país.
Os policiais descobriram que jovens usavam três servidores da plataforma, que oferece a comunicação com o suporte de mensagens de texto, voz e chamadas de vídeo, para cometerem atos de extrema violência contra animais e adolescentes.
As investigações mostraram que adolescentes eram chantageadas e constrangidas a se tornarem escravas sexuais dos chefes destes grupos. Segundo os policiais, eram cometidos “estupros virtuais” que eram transmitidos ao vivo por meio de transmissões ao vivo para todos os integrantes do servidor.