Enquanto exibe em fotos de redes sociais a palavra “família” tatuada no peito, na vida real Victor Arthur Possobom tem um histórico de agressões a parentes. Procurado após ser flagrado em vídeos esmurrando e sufocando o enteado de 4 anos, ele já foi preso por bater na própria mãe em 2013, e é acusado pela ex-namorada – e mãe do menino maltratado – de agressão e cárcere privado.
A mãe do menino agredido, a chefe de cozinha Jéssica Jordão Carvalho, foi à 77ª DP (Icaraí), em Niterói, na última quinta-feira (15) e disse que só viu as imagens das agressões ao filho na quarta (14). O crime ocorreu em fevereiro, quando eles ainda namoravam, e ficou meses sem ser apurado porque as imagens desapareceram.
Ontem, quinta (15), a polícia pediu a prisão de Possobom, que é procurado.
A chefe de cozinha contou que também era agredida quando o namorava. Jéssica e Victor têm uma filha de 1 ano, e ela afirma que não a vê há dois meses. A chefe de cozinha contou ainda que engravidou de Victor durante um estupro e perdeu o bebê, segundo ela, em decorrência das agressões.
Jéssica mostrou ainda ofensas enviadas por Victor para o seu WhatsApp: “Mendiga” e “Pobre coitada”.
A Polícia Civil pediu a prisão de Victor Possobom à Justiça. Até a última atualização desta reportagem, não havia um mandado de prisão contra ele.
Depoimento de Jéssica
Ele colocava sempre a luva de boxe para eu não ficar com tantas marcas e falava para eu ficar parada e me batia. Eu parada na parede, e soco na cara, na barriga… ele me enforcava e… aí, nossa… a maioria era no rosto e na barriga.
Ele geralmente tentava dar mais no meu rosto, mas geralmente eu sempre caía, então, eu batia com a barriga no chão e aí geralmente às vezes ele dava um chute ou então socava a minha barriga, ele sempre batia na barriga e no rosto, sempre.
Raiva, muita raiva e desespero, porque não consigo acreditar que uma pessoa seja capaz de fazer isso com uma criança. Não consigo, porque meu filho não estava fazendo nada naquelas imagens, ele não estava fazendo nada, ele estava obedecendo provavelmente. Ele não fez nada para receber aquele tipo de agressão.
Ele me ameaçava, ele dizia que ele ia me matar, que ele ia matar o meu filho, que eu nunca mais ia ver a nossa filha, que ele iria fugir com ela. Que ninguém ia me ajudar, que eu era sozinha e que só ele me ajudava… era uma loucura que eu não conseguia acreditar que eu estava passando por tudo aquilo.
Eu não vejo a minha filha vai fazer 2 meses. A última vez que eu vi foi por ligação de vídeo, que deve ter durado uns 10 minutos, mas uma neném de 1 ano, ela nem ficou ligada no telefone.
Eu estou aqui com medo olhando sempre para o lado porque eu fico com medo de ele aparecer a qualquer momento e fazer qualquer tipo de coisa. Não sei o que ele é capaz.