O policial militar Rodrigo José de Matos Soares, acusado de ser o autor dos disparos que mataram a menina Ágatha Félix, de oito anos, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, é agora considerado réu na ação, após a Justiça do Rio de Janeiro aceitar a denúncia do Ministério Público no caso. Ele foi afastado da Polícia Militar e com a decisão da juíza Viviane Ramos Faria, também teve seu porte de arma cassado. Além disso, o réu foi proibido de deixar o Rio de Janeiro até o fim do processo.
A decisão da Justiça afirma que a menina Ágatha foi baleada por “erro no uso dos meios de execução por parte do policial militar Rodrigo José de Matos Soares”. Segundo o relato de testemunhas, considerado pela juíza, não havia confronto na localidade no momento em que a vítima foi ferida. Porém, os policiais que estavam no momento do crime afirmaram que foram atacados por criminosos. A versão dos PMs também é contestada por inquérito da Polícia Civil.
“O fragmento que atingiu a vítima foi disparado de baseamento da Polícia Militar em direção a um poste de concreto, que se fragmentou, e um dos fragmentos ricocheteou em sentido descendente e atingiu a base do porta-malas da Kombi, o qual ricocheteou novamente, atravessando o banco traseiro, atingindo fatalmente a vítima”, diz a decisão.
Ágatha estava no banco de trás de uma Kombi acompanhada da mãe quando o veículo, que estava parado e com o porta-malas aberto para descarregar as compras de um passageiro, foi atingido por um tiro de fuzil, que entrou pela traseira do veículo e acertou a menina. Ela chegou a ser socorrida e passou por uma cirurgia de cinco horas, mas não resistiu. Se condenado pela morte de Ágatha, o policial militar Rodrigo pode cumprir pena que vai a 30 anos de prisão, por homicídio qualificado.
