Preso em operação contra milícia em Itaboraí fingiu ser policial civil por mais de dez anos

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A Polícia Civil descobriu que um dos presos na Operação Salvator, realizada ontem (4) em Itaboraí com objetivo de cumprir dezenas de mandados de prisão e de busca e apreensão de suspeitos de integrarem milícia na cidade, fingiu ser um agente civil por dez anos, tendo, inclusive, acesso ao sistema da polícia e utilizado as viaturas da 71ª DP, de Itaboraí. O suspeito foi identificado como Mayson César Fidélis Santana.

Ele foi preso junto com a esposa, a advogada Tânia Monique Fael Correira, em Icaraí, Niterói. Os dois estavam em um apartamento de um condomínio de luxo localizado na Zona Sul da cidade. Segundo a polícia, Mayson teria se infiltrado em delegacias de Niterói e repassava as informações que conseguia no sistema para a esposa.

Tânia é suspeita de negociar uma “trégua” entre milicianos e traficantes da região. Ela também é suspeita de integrar parte de um grupo de advogados que representavam a milícia, monitorando ações da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) para colaborar com os integrantes dos grupos paramilitares nos casos de homicídio investigados pela especializada.

A corregedoria da PM e a corregedoria da Polícia Civil afirmaram que vão investigar um possível envolvimento de policiais com a milícia de Itaboraí. A investigação que levou à Operação Salvator apurou que agentes da 71ª DP de Itaboraí e do 35º Batalhão da Polícia Militar, também da cidade, recebiam valores mensais dos milicianos que chegavam aos R$ 5 mil.

Um dos presos na Operação Salvator, deflagrada nesta quinta-feira (4), Mayson César Fidélis Santana, estaria se passando por um agente civil, há cerca de dez anos, inclusive utilizando viaturas da 71ª DP (Itaboraí) e tendo acesso ao sistema da polícia.

O caso

A Polícia Civil cumpriu na manhã de ontem mais de 40 mandados de prisão contra suspeitos de integrar milícia em Itaboraí. O grupo seria comandado por Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, que é suspeito de participação na morte da vereadora carioca Marielle Franco, em março de 2018, e que está no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O grupo paramilitar é acusado de ter cobrado pagamento de taxas ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, a Comperj.

Um dos suspeitos de integrar o grupo paramilitar foi preso hoje em Rio Bonito. Outro suspeito, o ex-PM Alexandre Louback Geminiani, conhecido como Playboy, chegou a pular do quarto andar do prédio em que estava, em Itaboraí, para fugir da polícia. Entre os presos também há uma idosa. A participação de várias mulheres no esquema, com função de cobrar moradores e lojistas, chamou a atenção da polícia.

O grupo que atua em Itaboraí é conhecido pela crueldade na execução das vítimas. Segundo o delegado, alguns suspeitos chegaram a arrancar o coração e a cabeça de vítimas mortas pela milícia. A ação contou com mais de 300 policiais civis e 40 policiais militares, coordenados pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), que contaram também com agentes da Gaeco e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), da Corregedoria da Polícia Militar e do Ministério Público.

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