Um importante passo para a proteção dos rios que nascem e cortam Rio Bonito foi dado ontem, quarta-feira (23), quando aconteceu o lançamento do Programa Sanear Baía de Guanabara, na Prefeitura de Rio Bonito. A iniciativa vai instalar um equipamento de tratamento de esgoto doméstico em 96 casas de seis bairros rurais de Rio Bonito, Braçanã, Braçanã de Cima, Lagoa Verde, Basílio, Cambucás e Cachoeira dos Bagres.

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O programa é fruto do Comitê de Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara – parlamento de gestão e governança dos recursos hídricos em 17 municípios do estado. Através da parceria com a Prefeitura de Rio Bonito, pela Secretaria de Meio Ambiente, o Comitê vai selecionar residências que estejam localizadas em áreas rurais, próximas a rios e que tenham, em média, cinco moradores, para receberem o biodigestor. O equipamento é como uma fossa, que filtra todo esgoto produzido nas casas.

Rio Bonito vai ser o primeiro município a receber o tratamento de esgoto nas áreas rurais, mas não será o único. Ao todo, até o final do programa, 1400 casas receberão o biodigestor. Na primeira etapa, além dos riobonitenses, as cidades de Itaboraí, Cachoeiras de Macacu, São Gonçalo, Tanguá, Magé e Guapimirim também serão contempladas.

Para explicar como será feita a instalação desse item nas casas, o secretário de Meio Ambiente de Rio Bonito, Murilo Balbino, reuniu técnicos da Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP), da Concremat Engenharia e Tecnologia, e do Consócio Baía de Guanabara, formado pelas empresas Hydra Engenharia e Saneamento Ltda e RTC Engenharia Ltda.

Na oportunidade, os técnicos explicaram aos representantes dos bairros presentes, como funciona o programa e de que forma será feita a instalação. Para ajudar na divulgação das informações aos moradores, o grupo também vai contar com agentes comunitários de saúde e assistentes sociais dessas localidades, que conhecem de perto o perfil dos residentes.  

Biodigestor

O especialista em recursos hídricos da AGEVAP, Gabriel Macedo, explicou como será feita a instalação do biodigestor.

“Cada um dos municípios do Leste da Baía de Guanabara vai receber 96 módulos de tratamento de esgotamento sanitário. O proprietário da residência vai dar a autorização para a empresa gerenciadora contratada para a intervenção. A empresa executora vai entrar na casa e cavar um buraco no chão de cerca de cinco metros quadrados, mas para isso, será avaliado antes se tecnicamente a propriedade tem esse espaço. Em seguida vão instalar o biodigestor e fazer a ligação com canos da saída ligados a casa, como saída de pia, do esgoto do banheiro e outros”.

Ele disse ainda que assim que forem definidas as casas que receberão o tratamento, com autorização, o trabalho irá começar. “No próximo mês a gente já vai ver as obras acontecendo”.

Durante a explanação sobre o biodigestor, o secretário Murilo contou sobre sua experiência pessoal de uso doméstico do equipamento.

“Essa é como se fosse uma fossa mais moderna, porque faz o tratamento primário do esgoto sanitário da residência. Falo como entusiasta do biodigestor porque eu tenho um em casa. Essa foi a solução que escolhi há 10 anos para a minha construção. Desde então, não tenho grandes problemas, não preciso de manutenção externa com algum equipamento. É uma solução muito boa para o meio ambiente e muito prática para o morador”.

Tratamento de esgoto

Balbino explicou que o Programa Sanear Baía de Guanabara vai complementar o tratamento de esgoto na cidade, já que a concessionária Águas do Rio, só tem a responsabilidade de fazer o esgotamento no perímetro urbano.

“Esse programa vem para complementar o tratamento, uma vez que na área urbana a concessionária (Águas do Rio) é responsável pelo tratamento de esgoto, e a área rural ficaria descoberta. Então, com o programa, a gente leva o tratamento para a área rural, esse tratamento protege os mananciais e garante a saúde da população”.

Segundo o secretário, o programa é exclusivo para residências que estejam fora da zona urbana e a ideia é realizar todas as 96 instalações dentro de 60 dias.

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Por Lívia Louzada