A Receita espanhola investiga a adequada tributação do bônus de renovação de contrato do brasileiro Neymar com o Barcelona e de sua transferência ao PSG em 2017, afirma o jornal ‘El Mundo’. Contactada pela AFP, a Agência Tributária se recusou a fazer comentários.
De acordo com El Mundo, o fisco espanhol investiga se Neymar pagou na Espanha os impostos correspondentes a seu bônus de renovação com o Barça e renda gerada por sua transferência ao PSG.
Residente fiscal na Espanha em 2017, ano da saída para o PSG por um valor recorde de 222 milhões de euros (aproximadamente R$ 821 milhões), o astro brasileiro estava obrigado a declarar neste país todas as suas fontes de renda, os recebidos na Espanha e os da França.
O pagamento a Neymar de um bônus de renovação do contrato com o Barça é objeto de uma batalha judicial entre o brasileiro e o clube catalão, que será julgado em 21 de março em um tribunal social de Barcelona.
O jornal El Mundo informa que o fisco pediu a este tribunal todas as informações sobre as transações. O tribunal também se recusou a comentar a questão ao ser questionado pela AFP.
FC Barcelona e Neymar estabeleceram um acordo para um bônus no momento da assinatura da prorrogação do contrato do brasileiro em 2016. Mas após a contratação do atacante pelo PSG em agosto de 2017, o clube catalão se negou a pagar 26 milhões de euros (R$ 112 milhões) correspondentes à parte do bônus comprometida em 2016.
Além disso, o clube apresentou uma ação contra o jogador por não respeitar o contrato e exigindo o reembolso do bônus já pago, além de 8,5 milhões (R$ 36 milhões) de euros em danos.
Neymar respondeu com um requerimento contra o ex-clube na Câmara de Resolução de Disputas da Fifa para reclamar o pagamento do bônus. Se a investigação tributária for confirmada, Neymar seria o mais recente caso de uma longa lista de jogadores de futebol com problemas com o fisco espanhol nos últimos anos.
Em janeiro, o português Cristiano Ronaldo foi condenado a dois anos de prisão, que não terá que cumprir. De acordo com uma fonte judicial, o caso custará 18,8 milhões de euros (R$ 81 milhões) entre sanções e reembolsos do valor evadido ao ex-jogador do Real Madrid, atualmente na Juventus de Turim.
O argentino Lionel Messi, do Barcelona, foi condenado em 2016 a pagar multa de 2 milhões de euros (R$ 8 milhões) e a 21 meses de prisão, que foram comutados por uma sanção adicional de 252 mil euros (R$ 1 milhão).
Fonte: Jornal O Dia