Risco de queimaduras aumenta com o uso do álcool em gel

às

Estamos habituados a pensar que queimadura é uma lesão provocada pelo calor, mas nem sempre é assim. Líquidos frios, substâncias químicas, choques elétricos e radiações também provocam queimaduras, e elas podem ser muito sérias.

Em tempos de uso corriqueiro de álcool em gel por causa da pandemia, se acumulam cada vez mais os relatos de queimaduras. Passar o produto nas mãos e depois acender o fogo é um perigo. A substância não aparece, mas é volátil e facilmente inflamável. Quando entra em combustão, a chama não é visível, o que faz com que a pessoa não perceba que a mão está pegando fogo. Há relatos de lesões sérias ocorridas por puro desconhecimento desse risco.

Os choques elétricos também podem causar queimaduras graves. No Distrito Federal, entre janeiro e julho deste ano, 116 brasilienses já acionaram o socorro após sofrerem descargas elétricas dentro de casa – média de quase uma ocorrência a cada 48 horas, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar (CBM/DF).

O cirurgião plástico do Hospital Brasília Rodrigo Rocha atua na equipe de trauma e alerta que, quando provocadas por substâncias frias e químicas, as queimaduras podem ser internas, nas vias aéreas e nos olhos. “Radiação também queima, e os choques elétricos podem causar lesões e queimaduras internas”, alerta.

Em caso de queimaduras mais “comuns” provocadas por líquidos, vapor, sol ou fogo, o especialista alerta que é importante identificar se é possível tratar em casa ou se é preciso procurar ajuda.

Em caso de queimaduras superficiais, que provocam lesões avermelhadas ou bolhas (caso de queimaduras de segundo grau), Rodrigo Rocha orienta a lavar a região com soro fisiológico ou água corrente. Depois, passar uma substância para hidratar, que pode ser vaselina líquida ou óleo mineral. “Nunca coloque gelo, porque ele queima ainda mais a ferida”, explica o médico. Ele também desaconselha firmemente o uso de margarina, manteiga, e borra de café. “As “receitas da vovó” são altamente prejudiciais e podem causar infecções sérias”, observa.

As queimaduras de terceiro grau são mais profundas. A orientação, nesse caso, é lavar com água corrente e depois procurar o médico. Se a queimadura estiver sob uma área coberta por roupas, é preciso tomar ainda mais cuidado. “É importante não puxar o tecido, porque quando traciona, a lesão da pele acaba piorando”, enfatiza Rodrigo Rocha. Em casos assim, o melhor é procurar atendimento especializado imediatamente. A demora pode prejudicar o tratamento e aumentar as complicações. Quanto antes a pessoa vier, melhor. Maior sucesso terá o seu tratamento”.

O médico conta ainda que, por causa do medo do coronavírus, alguns pacientes com queimaduras evitam ou retardam a ida ao hospital. Isso pode ser altamente prejudicial para o tratamento. Ele lembra que procurar auxílio é seguro. “No Hospital Brasília temos um fluxograma separado para os traumas, e os pacientes com suspeitas de covid”, ressalta. “Assim, o paciente não corre risco de contaminação”, conclui.

Veja também

Desta vez, o projeto chega ao 2º distrito da cidade, em Boa Esperança, no Ambulatório Municipal de Boa Esperança, o “Esperanção"
às
A homologação do processo está prevista para o dia 27 de novembro, quando todos conhecerão os eleitos.
às
Por determinação de Cláudio Castro, Rafael Picciani deve retornar ao cargo na Alerj
às

Deixe aqui sua opinião

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

Últimas Notícias