“Nós estamos no mesmo patamar de Nova York, de Paris e de Madri”, afirmou o governador do Estado do Rio, Wilson Witzel, durante o lançamento do programa Segurança Presente em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na manhã desta quinta-feira (14), se referindo às quedas nos índices de criminalidade no Rio.
Segundo o governador, o Rio se tornou a segunda capital mais segura do país, com uma taxa de 16 mortes a cada 100 mil habitantes, número que já havia chegado a 35. “Nas áreas turísticas do estado não acontecem tiroteios, eles acontecem nas comunidades. Acontecem [nas áreas turísticas] furtos, não tiroteios. Tivemos dois turistas que sofreram violência nos últimos dez meses. O que estamos fazendo para estimular o turismo é mostrar que Pão de Açúcar, Corcovado, Petrópolis, estão protegidos, não fazem parte dessa realidade [de tiroteios]”, explicou Witzel.
O levantamento do Monitor da Violência do G1, da Globo, registra que, em 2018, o Estado do Rio registrou quase 29 mortes violentas a cada 100 mil habitantes, taxa que, no mesmo período, em Nova York, foi de 3,31 homicídios a cada 100 mil habitantes e, em Paris, de 1,4 homicídios a cada 100 mil pessoas.
O governador também falou sobre o empenho nos trabalhos para coibir o tráfico de armas, destacando a importância da ‘união’ na resolução do problema. “Não é hora de ficar colocando a culpa em A, B, C ou D. É hora de união, é hora de a Polícia Federal ser recomposta, é hora de a Polícia Federal trabalhar em parceria com a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Nós, temos, hoje, o maior departamento de lavagem de dinheiro e a Delegacia de Combate ao Tráfico de Armas, que é a Desarme, mas as armas não entram apenas pelas rodovias estaduais, pela Baía de Guanabara. Entram pelas fronteiras brasileiras e pelos portos brasileiros”, afirmou o governador, que disse ainda que “é preciso que o governo federal tenha uma visão estratégica e não continue sucateando a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal”.
A fala de Witzel foi criticada pelo ministro da Justiça Sérgio Moro pela internet. Moro garantiu que o governo tem se esforçado no combate ao tráfico de armas e drogas e repudiou a crítica do governador do Rio. “O governo federal tem combatido duramente o tráfico de drogas e de armas. Não é correto comparar as apreensões dos primeiros cinco meses de 2019 com o total apreendido nos anos anteriores, como faz o governador do Rio de Janeiro ao buscar transferir a responsabilidade dos crimes no estado ao governo federal”, pontuou o ministro.