Cerca de 150 pessoas compareceram ao sepultamento do fotógrafo Thiago de Freitas Souza, de 32 anos, morto por traficantes da Favela Santo Cristo, em Niterói, após pedir que eles fizessem menos barulho para que a filha, de apenas cinco anos, pudesse dormir.

O sentimento de indignação e revolta demonstrado durante todo o fim de semana nas redes sociais deu lugar a tristeza e luto na cerimônia de sepultamento no cemitério Arquiconfraria Nossa Senhora da Conceição, no Barreto, Zona Norte de Niterói, nesta segunda-feira (17). O silêncio dos parentes enlutados foi substituído por louvores entoados em coro pelos presentes no local.

Ainda sob forte emoção, a família e os amigos recusaram-se a falar com a imprensa. Indignados com o crime bárbaro, conhecidos da vítima se questionam sobre o crime e pedem pela prisão dos traficantes que deram um tiro na cabeça do rapaz, que deixa uma esposa e uma filha que completou cinco anos há cerca de uma semana.

Thiago de Souza foi sepultado ao som de fortes aplausos e o choro de muitos que se questionam quantas outras famílias terão que passar pelo mesmo problema: a violência cada vez mais constante no estado do Rio.

Morto por traficantes por pedir que fizessem menos barulho

De acordo com a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNISG), a esposa do rapaz contou que ele foi morto com um tiro no quintal de casa após reclamar com traficantes que estariam fazendo barulho e impedindo ele, a esposa e a filha de cinco anos de dormirem. Thiago teria pedido aos traficantes para diminuírem o barulho e, em seguida, a esposa ouviu um tiro, encontrando o marido caído do lado de fora da casa. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.

Ainda segundo a polícia, a comunidade do Santo Cristo e a Coronel Leôncio foram alvo de uma invasão de traficantes no início da manhã do último sábado. Atualmente comandadas pelo Comando Vermelho, as comunidades teriam sido invadidas por criminosos ligados ao Terceiro Comando Puro, que buscam retomar o território.