“Uma operação com 25 mortos não pode ser considerada eficaz” diz defensora pública

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 Jacarezinho

“Um grande absurdo” e “terror generalizado” foram algumas das definições de defensores públicos e representantes de instituições ligadas à defesa dos direitos humanos sobre a operação policial na Favela do Jacarezinho, ocorrida entre a manhã e tarde desta quinta-feira (6).

A operação da Secretaria estadual de Polícia Civil na comunidade da Zona Norte do Rio de Janeiro foi a mais letal da história do Rio de Janeiro, com 25 mortos – um deles o policial civil André Farias, que trabalhava numa unidade especializada da corporação.

A defensora pública do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, Maria Julia Miranda, que foi à favela pouco antes do fim da operação, disse ter visto “muitas poças de sangue” e afirmou que “uma operação com 25 mortos não pode ser considerada eficaz”.

A defensora descreveu um cenário de muros e portas na favela “cravejados de balas”.

Na outra casa, a defensora afirmou que um rapaz foi executado no quarto de uma menina de 8 anos.

“Inclusive, a coberta que ela [a menina] usa estava na poça de sangue. Essa menina está completamente traumatizada. (…) Provavelmente nesses casos houve execução. O que, pra gente, configura desfazimento de cena de crime”, acrescentou a defensora.

Miranda disse, ainda, que havia mães perdidas na favela, em busca dos filhos. A defensora relatou, também, que os serviços públicos foram afetados, dando como exemplo a paralisação do metrô e das aulas, assim como atendimento médico em clínicas da família.

Pedidos de socorro

O ouvidor-geral da Defensoria Pública, Guilherme Pimentel, disse que desde cedo o setor começou a receber “pedidos de socorro” de moradores do Jacarezinho.

“Prestamos as informações básicas sobre acessos de denúncia e assistência jurídica da Defensoria, além de como acessar os serviços de socorro, médicos. Mas quando identificamos o agravamento extremo da situação, vimos necessidade de ir até o território”, afirmou.

Segundo ele, a Ouvidoria e outros órgãos chegaram ao local às 13h30 e encontrou comércios, casas e automóveis destruídos.

 

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