Vazamento de gasolina em Duque de Caxias após tentativa de furto atinge casas; menina de 9 anos se feriu gravemente

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O vazamento de combustível, provocado pelo furto em dutos de gasolina da Transpetro, provocou um forte cheiro e acordou moradores de pelo menos dois bairros de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na madrugada desta sexta-feira (26). Ao menos cinco pessoas foram socorridas, três delas sendo levadas para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna. Uma menina, de nove anos, está em estado grave após ter 80% do corpo queimado, e passou por cirurgia para retirada da pele queimada. O local está isolado pelo risco de explosão e quem mora no raio de um quilômetro impedido de acessar suas casas.

O vazamento ocorreu próximo à Estrada Rio D’Ouro e teria sido percebido pouco antes por volta de 1h30, quando o forte cheirou tomou a região dos bairros de Parque Capivari e Amapá, com os moradores acionando os bombeiros. Ana Cristina Pacheco Luciano, de 9 anos, Olavo Pacífico de Santos, 51 anos, Antônio M. da Silva, 53 anos foram socorridos pelos militares. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, os dois homens têm estado de saúde estável.

Já a menina está em estado grave, pois sofreu queimaduras por todo o corpo após cair na poça de gasolina que vazou e ficar cerca de uma hora hora caída no local, por ter desmaiado. Olavo é funcionário da Transpetro e se queimou após ir para o local para interromper o vazamento. O terceiro ferido é um morador da região. Outras duas pessoas foram atendidas e liberadas ainda no local. Após o furto que provocou o vazamento, os criminosos, que teria começado a furar o duto por volta de 1h, fugiram. Uma mangueira que teria sido usada por eles para fazer o roubo da gasolina foi abandonada no local.

“Geralmente, os bandidos perfuram o duto e usam uma mangueira para retirar o líquido por um equipamento de sucção. Logo em seguida colocado no caminhão. Eles fecham a mangueira e saem do local. Neste processo há vazamento. No caso de hoje, o vazamento foi tão forte que os meliantes largaram a mangueira vazando e os moradores só sentiram o fato quando estava fora de controle. Os criminosos abandaram a ação no meio. Os moradores foram ao local olhar, assim como a criança — de uma forma curiosa e caiu na poça”, falou o secretário municipal de Defesa Civil de Caxias, André Luís Gomes Xavier.

“O cheiro ainda é muito forte, por isso estamos retirando a população de casa. Estamos dando todo o suporte para essas famílias e vamos ficar aqui até o final”, falou Xavier, reforçando que os casos de roubos em dutos de combustível são recorrentes. “Já registramos vários casos no município. A população precisa denunciar. Tem um telefone, o 168, o Disque Denúncia, o telefone da Polícia Militar. Eu peço, denunciem caso vejam movimentação de caminhão e de pessoas estranhas na região. Caso não denunciem, acontece isso: as pessoas podem acabar perdendo suas vidas e de seus parentes. A população precisa se mobilizar”, falou.

Menina de 9 anos está em estado grave

Fernanda Pacheco, mãe da menina que caiu numa poça do combustível vazado após a tentativa de roubo em um duto da Transpetro em Caxias, na Baixada, narrou os momentos de pânico na fuga do local tomado pela gasolina em estado bruto. Na confusão, na qual Fernanda avisava outros familiares do perigo, a criança acabou caindo e desmaiando em cima do produto, ficando com 80% do corpo queimado. Ana Carolina Pacheco Luciana, 9 anos, está em estado grave.

“A gente não conseguia respirar, era uma ânsia de vômito porque o combustível tomou conta do organismo, então nisso ela perdeu o ar e caiu. Fiquei desesperada e não pude fazer nada. Até agora não sei o que provocou isso, um vazamento que queimou árvores, matou meus bichos e trouxe minha filha para a UTI. Espero que que ela saia bem dessa”, desabafou, pedindo orações para a filha. O cachorro da família, um dálmata, acabou morto pela intoxicação. Jatos do combustível atingiram quatro casas, entre elas a da família de Ana Carolina.

Cachorro da família de Ana Carolina morreu intoxicado com o combustível (Foto: Reprodução)

Ana Carolina passou por uma cirurgia para a retirada da pele queimada e está no CTI do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna. “Ela já passou pela cirurgia, está sendo estabilizada, mas a pressão não estabiliza, não está reagindo aos medicamentos. Tem queimaduras por todo o corpo, desde o rosto às costas, ela está toda queimada”, disse a mãe.

Assim que acordou com o cheiro forte, Fernanda correu para avisar a mãe e o padrasto, além da irmã que vive com os filhos de 1 e 2 anos, todos em casas diferentes. Na correria a menina caiu, sendo percebido pouco tempo depois. “Quando abri a porta aquele vapor invadiu meu nariz, não conseguia respirar. Segurei minha filha e tentei fugir com ela. Agora ela está aqui”, disse. “Corri para chamar todos, mas a fumaça estava intoxicando todo mundo. Falei pra ela: ‘filha, vamos morrer’. Ela disse: ‘vamos correr mãe’. Eu peguei ela e a gente correu”, conta a mãe.

“Eu vi que ela sumiu, mas tinha tanta neblina de combustível que não dava para ver o corpo da minha filha. Achei que ela estivesse morta. Até então eu sabia que ela tinha sido socorrida e corri para cá. Estou esperando que ela melhore, que fique boa, saia logo daqui. Peço que todos orem nesse momento”, pediu.

Fonte: O Dia

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