Quanto tempo você passa no celular durante o dia? E sente que isso está te prejudicando? Não é incomum perceber maus hábitos associados ao uso do dispositivo e pesquisadores da Universidade de Toronto resolver entender qual o público e os motivos para o “uso problemático”.
Uso problemático do celular
- O estudo em questão coletou respostas de 50.423 participantes com idades entre 18 e 90 anos em 195 países para analisar o “uso problemático”.
- Por esse termo, entende-se um uso não saudável dos dispositivos e, para medir isso, foi usada a Escala de Dependência de Smartphone, uma medida amplamente utilizada para essa finalidade.
- Algumas das descobertas da pesquisa foi que entre 41 países com pelo menos 100 participantes as mulheres eram as que tiveram mais pontuação elevada no uso problemático.
- O número foi inversamente proporcional à idade, ou seja, quanto mais velha a pessoa, menor a probabilidade de ter um problema com os smartphones.
- Isso também permitiu que eles encontrassem padrões geográficos: as pontuações mais altas de uso problemático foram no Sudeste Asiático e as menores, na Europa.
Por que isso acontece?
Os resultados levantaram questões que os pesquisadores buscaram responder. Mais análises são necessárias (e a pesquisa vai se aprofundar nesses estudos de caso), mas um deles afirma que as mulheres tendem a usar seus dispositivos celulares de forma mais negativa do que os homens porque estão mais associadas a atividades sociais do que eles.
Por exemplo, elas interagem mais com outras pessoas, usam redes sociais e publicam fotos, o tipo de uso que faz com que esses hábitos surjam.
Diferenças de idade e culturais também podem estar ligadas aos números, como em sociedades com mais “rigidez social” do que outras.
Qualidade do uso do celular
Os resultados também podem ter a ver com a qualidade do tempo de tela. Por exemplo, a Europa, que registrou números mais baixos, já usa computadores pessoais há muito tempo, desde a década de 1980. Já o Sudeste Asiático teve a adoção generalizada da internet há poucas décadas.
Segundo o Medical Xpress, as atividades online contam. Um exemplo dado pelo pesquisador mostra que há diferença na forma como cada pessoa usa seu dispositivo e nem todo uso significa um mau hábito.
”Um gerente de mídia social pode registrar oito horas de tela por dia, mas isso não tem necessariamente um efeito problemático em sua vida em comparação com alguém que usa o telefone por meia hora, da meia-noite às 12h30, enquanto tenta dormir.”
Agora, a equipe planeja estender a pesquisa a longo prazo para monitorar como se dá o uso dos smartphones em diferentes locais, ainda pensando em formas de intervir nesses maus hábitos.
Crédito: olhardigital.com